Após, a eleição mais interessante e surpreendente de nossa história, a tal maltratada capital tem um novo Prefeito Leonardo Barreto de Moraes, o Léo Moraes, que tem a difícil, mas não impossível missão de contornar os graves e inúmeros problemas enfrentados por sua numerosa população, principalmente no que se refere a infraestrutura, como a questão dos alagamentos, decorrentes das chuvas; falta de pavimentação de muitos logradouros, da distribuição irregular da água tratada; do trânsito cada vez mais caótico e confuso; além da educação, da saúde pública, e mais recentemente a onda de violência que foi instalada. Porto Velho, infelizmente, mais uma vez na mídia nacional e internacional.
Esperançosos, na criação da Guarda Municipal, que foi promessa de campanha, mais uma força para a segurança da capital, e com toda certeza os eleitores irão cobrar.
Léo Moraes, irá governar um município que tem uma das maiores economias da Região Norte. Segundo o Jornal Valor Econômico, um dos mais importantes veículos de economia, finanças e negócios do país, em matéria publicada em maio de 2024, Porto Velho se destaca como polo econômico em ascensão, propiciando oportunidades para empreendedores e novos projetos, no setor de serviços, como no de transformação e principalmente no agronegócio.
No agro, segundo o IBGE a capital, se consolida como uma “nova fronteira agrícola”, principalmente na produção de soja, tornando-se o maior produtor do estado. Na pecuária Porto Velho detém a maior criação de gado bovino.
No setor de serviços, o Turismo é bem diversificado, um passeio pela nossa história, pelas memórias que não podem serem esquecidas, pelas belezas naturais, culturais, gastronômica.
Em agosto de 2016, através da Portaria nº 18/GAB SETUR e publicada no Diário Oficial de do estado, o “Pirarucu Rondon”, tornou-se o Prato Oficial de Porto Velho.
Outro setor que está atraindo muitos turistas, é a prática da pesca esportiva, inclusive Porto Velho, está concorrendo ao Título de Capital Nacional da Pesca Esportiva, disputando com as cidades de Cáceres, no Mato Grosso e Corumbá, no Mato Grosso do Sul.
Breve Histórico
Nossa História está diretamente ligada a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é candidata a Patrimônio Mundial – Unesco. O Museu da EFMM, foi reativado, e é uma grande oportunidade para o conhecimento, para a memória de uma das principais ferrovias do mundo.
Em 30 de outubro de 1913, o governador do Estado do Amazonas Dr. Jônathas de Freitas Pedroza, através da Lei n.º 741, criou o Termo Judiciário de Porto Velho, anexo à Comarca de Humaitá em 30 de janeiro, assim oficializando sua denominação de “Porto Velho”, adotado tanto pela empresa construtora da ferrovia (May and Jekil Rondolph) como pela sua contratante (Madeira-Mamoré Railway Co.Ltda.
No dia 02 de Outubro de 1914 o Governador do estado do Amazonas Jonathas de Freitas Pedroza, sancionou a Lei n.º 757, aprovada pela Assembleia Legislativa, que criou o Município de Porto Velho.
A LEI Nº 757 DE 2 DE OUTUBRO DE 1914 – documento oficial.
Crea o municipio de Porto Velho, com séde na povoação do mesmo nome, à margem direita do rio Madeira, e dá outras providencias.
O DR. JONATHAS DE FREITAS PEDROSA, Governador do Estado do Amazonas, etc. Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembléa Legislativa do Estado decretou e eu sanccionei a seguinte LEI :
Art. 1º - Fica creado o municipio de Porto Velho, com séde na povoação do mesmo nome, á margem direita do rio Madeira, tendo os limites estabelecidos pelo Decreto nº 1063 de 17 de Março do corrente anno para aquelle Termo Judiciário.
Art. 2º - O Poder Executivo fica autorisado a entrar em acordo com o Governo Federal, a Madeira Mamoré Raylway Company e os proprietarios de terras para a fundação immediata da povoação, aproveitando na medida do possivel, as obras do saneamento feitas ali por aquella companhia, e abrir os créditos necessários à execução da presente lei.
Art. 3º - O primeiro governo do municipio será constituido por nomeação do governador do Estado e o seu mandato se extenderá até 31 de Dezembro de 1916.
Palacio do Governo, em Manáos, 2 de Outubro de 1914.
Na manhã de domingo 24 de janeiro de 1915, foi instalado o município de Porto Velho, assumindo como primeiro Prefeito, o Major de Engenharia do Exército Fernando Guapindaia de Souza Brejense, maranhense (1873-1929) nomeado pelo então governador Jonathas Pedroza, juntamente com os vereadores na época que eram apenas 05. Atualmente, há um número excessivo de 23 vereadores.
Major Guapindaia governou entre os anos de 1915-1917.
A denominação Porto Velho
As dificuldades de construção e operação de um porto fluvial, em frente às pedras da Cachoeira de Santo Antônio, fizeram com que construtores e armadores utilizassem um porto localizado 7 km a jusante do rio Madeira, em local muito mais favorável. Era chamado por alguns de "Porto Velho dos Militares" fazendo referência a um ponto de apoio e estratégico deixado pelo exército brasileiro durante a Guerra do Paraguai (1864-1870) quando o Imperador D. Pedro II enviou um pelotão da guarda imperial para a proteção da fronteira em Santo Antônio, com receio de uma invasão boliviana simpatizante da questão paraguaia. A guerra acabou e ficou um ponto logístico conhecido como “Porto Velho dos Militares”.
Porto Velho apresenta uma localização privilegiada à margem direita do Rio Madeira, sendo a maior capital do país em extensão territorial, com 34.091 Km², a única que faz fronteira com um país – a Bolívia. O censo 2022, realizado pelo IBGE, registrou uma população de 460.434 habitantes, mas em 2024, a população estimada pelo IBGE foi de 514.873 habitantes.
A cidade apresenta mais de 70 bairros, além dos Distritos: Abunã, Calama, Demarcação, Extrema, Fortaleza do Abunã, Jaci-Paraná, Nazaré, Nova Califórnia, Nova Mutum Paraná, Rio Pardo, São Carlos, União Bandeirantes e Vista Alegre do Abunã.
Pequeno memorial dos prefeitos que assumiram após 15 de novembro de 1985, quando foram restabelecidas as eleições diretas para prefeito das capitais e alguns municípios brasileiros, como Porto Velho.
Jerônimo Garcia de Santana – eleito em 1985, assumiu a Prefeitura em 01.01.1986, renunciando em maio do mesmo ano, quando foi candidato ao governo do estado. Era conhecido politicamente como o homem da bengala. Bacharel em Direito nasceu na cidade de Jataí no estado de Goiás. Foi deputado federal e o primeiro governador eleito. Faleceu em 2014.
Tomás Guilherme Correia - 1987 a 1988 (vice-prefeito, substituiu Jerônimo Santana), cearense, advogado, foi deputado estadual.
Francisco José Chiquilito Coimbra Erse – 1989 a 1992. Amazonense. Funcionário público e técnico em administração, foi deputado federal. Entre as várias homenagens prestadas está a “antiga” Rua Rio Madeira, que hoje leva seu nome.
José Alves Vieira Guedes 1993 a 1996, Guedes nasceu na cidade de Itacajá, no atual estado de Tocantins (antes Goiás) foi vereador na capital, deputado federal constituinte e prefeito por dois mandatos. Guedes formou-se em Direito
Francisco José Chiquilito Coimbra Erse 1º de janeiro de 1997 a 1998. Renunciou por motivo de saúde. Foi o Prefeito mais popular. Faleceu em 2001.
Carlos Alberto Azevedo Camurça – 1988 a 2004 (vice-prefeito, substituiu Chiquilito Erse) foi reeleito.
Carlinhos Camurça como é conhecido politicamente, nasceu na cidade de Guajará-Mirim. Técnico em administração, comerciante foi eleito deputado federal para dois mandatos.
Roberto Eduardo Sobrinho 2005 a 2012 Formado em Psicologia chegou a Porto Velho em 1983 e militou no movimento sindical participando da fundação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia. Roberto Sobrinho nasceu na cidade de São Paulo
Mauro Nazif Rasul 2013 a 2016, natural da cidade Barra do Pirai – RJ, médico formado pela Fundação Osvaldo Aranha em Volta Redonda – RJ. Nazif foi vereador em Porto Velho, deputado estadual e deputado federal.
Hildon Chaves 2017-2024, pernambucano, advogado, foi Promotor de Justiça, onde atuou em vários municípios. Pediu exoneração do MP-RO, para se dedicar como empresário.
Leonardo Barreto de Moraes - Léo Moraes, é natural de Foz do Iguaçu (PR). Formado em Direito, atuou como advogado. Foi vereador por Porto Velho, deputado estadual, deputado federal, diretor do Detran-RO, Moraes já foi candidato a Prefeitura e ao Governo do estado.
Porto Velho, é uma cidade acolhedora, de grandes oportunidades e como diz o Hino, composto por Cláudio Feitosa
“São os seus raios estradas perenes
Onde transitam em várias direções
O progresso do solo de Rondônia
E o alento de outras regiões.
Nascente ao calor das oficinas
Do parque da Madeira-Mamoré
Pela forja dos bravos pioneiros,
Imbuídos de coragem e de fé”.
Obrigado Porto Velho.
Professor Ruzel Costa leciona no Instituto Federal de Rondônia – IFRO – Calama e Colégio e Curso Sapiens, em Porto Velho – RO.