Desleixo e incompetência - Por Valdemir Caldas

Da Redação

06 de Novembro de 2010 às 08:51

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Desleixo e incompetência - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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O prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), e sua Secretária Municipal de Transportes e Trânsito, Fernanda Moreira (apelidada de a porta-voz do SET, dada a insistência com que se tem colocado na defensiva dos interesses dos empresários de ônibus), já mostraram que não têm o menor resquício de respeito e consideração pelo usuário do sistema. Caso contrário, teriam mandado às favas o monopólio e colocado mais ônibus nas linhas para atender os que dependem desse meio de locomoção. Mas, não! Preferem ver pessoas mofando nas paradas a ter que incomodar os donos de empresas.

Há pouco, a Câmara Municipal de Porto Velho aprovou uma Emenda à Lei Orgânica, subscrita por um terço dos vereadores, obrigando o prefeito a abrir concorrência pública para contratar novas empresas, mas Sobrinho insiste não somente em fazer ouvido de mercador à decisão do Poder Legislativo, como também ignorar o sofrimento do povo.

Para Sobrinho e Fernanda, o importante é que tudo permaneça como dantes, com os empresários deitando e rolando, cada vez mais ricos, e o usuário, coitado, a maior vítima dessa incúria administrativa, andando em calhambeques, caindo aos pedaços, pifando pelo meio do caminho, mais apertando do que sardinha em lata. Isso, evidentemente, depois de amargar horas intermináveis numa parada, debaixo de sol e chuva, já que a maioria dos pontos não tem cobertura.

Nas duas eleições para a prefeitura da capital, Sobrinho prometeu sepultar o monopólio. Chegou, inclusive, a dizer que, se eleito, acabaria com o ônibus tele sena (que só passa de hora em hora). Em vez disso, criou duas outras modalidades de transporte: o ônibus dupla sena (que só aparece a cada duas horas) e o tripla sena (que só mostra a ferrugem de três em três horas). E ainda há quem duvide da pacatez do portovelhense. Por muito menos, a população já andou depredando e queimando ônibus país afora.

Dias atrás, estudantes da Universidade Federal de Rondônia protestaram contra os péssimos serviços prestados pelas empresas. Não se diga, porém, que o problema se restrinja, apenas, aos alunos da UNIR. Pelo contrário, as criticas pipocam de todos os cantos da cidade. Parece que, para essa regra, não há exceção. Entrar num ônibus para ir ao trabalho ou mesmo ao colégio é uma aventura. Não se sabe se o retorno está garantido.

Muita gente sai pela manhã e só volta à noite, para evitar o martírio. Nas primeiras horas da madrugada já há passageiros nos pontos. Os mais corajosos, apelam para o serviço de moto táxi. A maioria, porém, prefere esperar. E põe espera nisso. É muito desleixo e muita incompetência juntos.

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