A eleição do peemedebista Confúcio Moura para o Governo do Estado foi sobretudo uma vitória do grupo político liderado pelo senador Valdir Raupp, vice presidente nacional do PMDB. O resultado nas urnas demonstra o reconhecimento dos rondonienses ao trabalho do líder político, senador reeleito Valdir Raupp. A avaliação é do Cientista Político Davys Sleman de Negreiros, Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar.
Negreiros atribuiu integralmente ao senador Raupp a expressiva vitória do PMDB nas urnas. “Com a experiência de quem foi vereador, prefeito, governador, líder do PMDB no Senado, vice presidente nacional do PMDB, presidente estadual da legenda e agora, senador reeleito, Raupp se consagra como o nome da política rondoniense”, disse.
De acordo com o especialista, na queda-de-braço entre Confúcio e o governador João Cahulla, a população escolheu entre dois modelos de governo: do senador Raupp e do ex-governador Ivo Cassol. “Venceu sem sombra de dúvidas o modelo do PMDB de Raupp”, avalia.
“A vitória de domingo começou a ser desenhada há dois anos, quando o Senador peemedebista iniciou uma estratégia de grande líder, construindo a “costura” política de seu partido com o PT, nas eleições municipais de 2008”, analisa. “Juntos, os dois partidos elegeram praticamente metade dos prefeitos rondonienses. Conquistaram a vitória sobre os partidários de Cassol em municípios emblemáticos, como podemos destacar em Rolim de Moura, berço político dos dois grupos rivais”.
Segundo o Professor Davys, “nessas coincidências muitas vezes reservadas à política, o PMDB quebrou um jejum de 12 anos na prefeitura de Rolim de Moura e, novamente em 2010, volta a quebrar um jejum de 12 anos no Governo do Estado. Talvez fosse um prenúncio do que estava por acontecer... e realmente aconteceu”.
O Cientista Político lembra ainda que “o senador Raupp e a deputada federal Marinha Raupp reeleita para o quinto mandato consecutivo, percorreu todo o estado, de forma incessante, levando a tiracolo Confúcio Moura. O prefeito de Ariquemes, de popularidade restrita ao seu município e a região central do estado, tornando-se então conhecido em todos os recantos de Rondônia”.
Na análise do Professor Davys foi uma vitória esmagadora. “Do ponto de vista do crescimento político, o PMDB de Raupp teve uma reação poucas vezes vista na política mundial”.
Ele recorda que, na última eleição para governador, em 2006, o PMDB obteve apenas 6,17% com Amir Lando. “Foi uma votação discretíssima para um personagem nacionalmente conhecido. Afinal, Amir Lando havia sido o relator do impeachment do ex-presidente Fernando Collor”.
“Neste domingo, quando Confúcio Moura obteve quase 60% dos votos válidos no estado – 422 mil votos – o PMDB colheu nas urnas dez vezes mais votos que na eleição passada. Um crescimento de 1000% em termos eleitorais, em apenas quatro anos”, compara.
“Recordista nas urnas, com mais de 480 mil votos para o Senado, Raupp, obteve sua vitória em cima de diálogo e um excelente trabalho prestado aos rondonienses. Consolidou sua posição de líder fazendo a maior votação da história política de Rondônia”, recorda. “Sua esposa, a deputada federal Marinha Raupp, também quebrou seu próprio recorde, atingindo mais de 100 mil votos”.
Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO - do Campus Colorado do Oeste, e Pesquisador do NEMP-UFSCar - Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da Universidade Federal de São Carlos, Davys Sleman de Negreiros resume sua avaliação na seguinte frase: “com a eleição de Dilma Rousseff, que tem como vice-presidente Michel Temer do PMDB o senador Raupp fez “barba, cabelo e bigode”, em Rondônia e no Brasil”.