Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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No PSB – e fora dele – a pressão para Nazif montar um palanque é enorme. Ele paira. 1 – NAZIF INEXPUGNÁVEL Com todo respeito: mas “bagre ensaboado” ensaboado é pouco para expressar o quanto é difícil extrair uma informação menos enviesada do presidente regional do PSB, deputado federal Mauro Nazif, acerca do procedimento do partido na disputa sucessória do Palácio Tancredo Neves. Para não dizer que o interlocutor empenhado nessa tarefa sairá inexoravelmente de mãos abanando, informe-se que o parlamentar assumirá sempre ares de quem está revelando um grande segredo para adiantar que, tão certo quanto dois mais dois são quatro, uma coisa pode-se garantir desde já: o PSB de Porto Velho vai mesmo participar processo eleitoral que vai eleger o prefeito e renovar a Câmara do município. Ah, bom. Já seria formidável se a coisa parasse por aí. Mas não. Ante a expressão de surpresa e decepção do repórter por não enxergar aí, ululantemente, novidade alguma, o dirigente socialista não hesita em fazer a cara maia séria do mundo para acudir o interlocutor. E como que descendo aos detalhes para esclarecer sobre a forma como se dará essa participação, revela que ou bem o PSB de Porto Velho encabeçará uma chapa para concorrer ao cargo de prefeito ou integrará uma coligação com vistas a esse fim. É isso, ou o PSB vai de candidatura própria ou apóia outro projeto para disputar a Prefeitura da capital, repete numa tentativa de conferir substância à informação apenas repisando o que dissera. Mas pelo tom, grave, solene e algo enigmático, é como se existisse uma extensa variedade de opções. É o máximo. E caso o considerado insista a tentar saber para adiantar ao seu leitor quais as chances que cada alternativa tem de prosperar, de preferência traduzindo isso em números, em porcentagem para facilitar o entendimento, Nazif também não se faz de rogado e responde em cima da bucha: “Cinqüenta por cento. Cinqüenta por cento para cada uma”. Paciência e tenacidade sempre foram as armas do jornalismo, mas já dá para começar a desconfiar que essa história de limites tem lá algum fundamento. 2 – ARCO DE ALIANÇAS Vamos adiante. E na hipótese de não encabeçar uma chapa, em que condições o PSB apoiaria outro projeto? Exigiria a candidatura de vice? Manteria esse apoio mesmo que não fosse possível indicar o vice? “Aí, depende... Vamos precisar consultar as bases”. É peia! Mas digamos que as bases decidiram pelo apoio a outro projeto desde que seja dada ao partido – PSB - a possibilidade de indicar o vice. Nesse caso, que nome o partido tem para oferecer? “Nossa! Tem vários nomes. Vários nomes. Mas primeiro vamos precisar decidir se apresentamos ou não a candidatura própria. Antes de decidir essa questão, não podemos adiantar mais nada”. Mais nada? A apenas duas semanas para o início do período das convenções partidárias que vão definir as candidaturas e modelar as chapas concorrentes, supõe-se impossível que o presidente do PSB já não tenha sondado outras agremiações ou já não tenha sido assediado por elas objetivando, obviamente, alinhavar possíveis acordos. Nazif começa a explicar que essa coisa não é bem assim. Há, por determinação da direção nacional do partido, uma ordem de precedência entre as legendas objeto de alianças com o PSB. Primeiro vêem as agremiações parceiras no bloco partidário da Câmara dos Deputados, o PDT, o PC do B, o PMN e o PRB, que possibilita ao PSB liderar a terceira maior bancada da Casa, reunindo 77 parlamentares. Agora a coisa vai – começa a se animar a reportagem com a consistência das informações. De acordo com Nazif, esgotadas as possibilidades de acordos entre os partidos do bloco da Câmara, a preferência dos socialistas é pelos demais partidos da base aliada do governo federal, tais como o PMDB, o PT, o PTB, o PV e os demais que habitam a sopa de letras que orbita o Palácio do Planalto. Por fim, se nada for possível construir com uma dessas siglas, o PSB está liberado para negociar com as legendas adventícias, tipo PSDB e DEM principalmente. Ah, bom. O negócio é organizado. “Mas ninguém está obrigado a seguir nada disso”, desmonta. 3 – APOSTA SENSATA Como não faz diferença começar pelo pé ou pela cabeça, insiste-se em saber com quem, entre as lideranças das demais legendas do pedaço, o presidente do PSB já manteve contatos em busca de opções eleitorais – afinal, as convenções estão aí! A muito custo Nazif admite que foi procurado pelo deputado federal Lindomar Garçom (PV), pré-candidato a prefeito, e pelo presidente regional do PT, Tácito Pereira. Afora a conversa com Hamilton Casara (PSDB) - já comentada aqui. “Mas eles só querem saber se a gente vai ou não ter candidato. E a gente só vai conversar sobre possíveis alianças depois de decidir essa questão”. E quando vai ser isso? “Entre os dias 15 e 20 do mês que vem”. Esse é o Nazif que conhecemos. Seja como for, não há que tergiversar quando se trata de constatar o quanto mudou e cresceu o PSB de Rondônia depois que, em 1999, acolheu o então deputado estadual Mauro Nazif, eleito pelo PSDB. Afora a capital, contava com representações em apenas em uma quinzena de localidades, estando hoje organizado em 49 dos 51 municípios do Estado. Para não ir muito longe, basta dizer que, nas eleições de 2006, Rondônia foi um dos seis Estados em que o PSB conseguiu ultrapassar a cláusula de barreira – medida profilática que a sinuosa Justiça Eleitoral brasileira acabaria por esfarinhar. Neste sábado (17), na Assembléia Legislativa, o PSB rondoniense realizou o V Congresso Estadual, tendo ao conclave comparecido boa parte da quase meia centena de vereadores, dois dos seus três prefeitos, um (Wilber da Astir) dos seus dois deputados estaduais (Jesualdo Pires alegou motivo de doença) e, naturalmente, o deputado federal Mauro Nazif. O partido vai encabeçar chapas em 16 municípios e, na Capital, há 43 pré-candidatos (aí incluídas nove mulheres) disputando as 24 candidaturas de vereador (caso não apareça um nanico para coligar com um ou dois interessados na disputa, o que elevaria o número de candidaturas para 36 – o limite por chapa). A pressão para Nazif montar um palanque – e não apenas no PSB - é enorme. Ele paira. Não obstante a absoluta neutralidade do discurso com que encerra o encontro – não há uma mísera referência à participação do PSB na disputa majoritária de Porto Velho -, os apelos incitando-o a assumir a disputa eclodem de todos os lados. Sua imensa liderança e autoridade natural contêm as manifestações mais entusiasmadas. Todos ali sabem que sua eventual candidatura introduzirá um complicador impossível de ser dimensionado de imediato no cenário que se pretende polarizado – quiçá hegemônico. Ele, com certeza mais que todos, sabe disso e deixa a questão em aberto. Por isso, não terá perdido o juízo quem apostar que o “Dr. Mauro” poderá estar na raia quando julho chegar. Seja como for, se a alma dos negócios são os segredos, os do PSB com Nazif estão bem guardados.
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