Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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*1 – FÁTIMA CLEIDE Acerca das edições destes “Três Tempos” dos dias 18, 21 e 23 do mês em curso, o repórter recebeu mensagem da senadora Fátima Cleide (PT), datada do dia 23 (sexta-feira). Por um equivoco de mão dupla (imprecisão da assessoria petista e gerenciamento preguiçoso da caixa de e-mails pelo destinatário), o texto deixou de ser publicado neste domingo (25). Para quem está chegando, diz respeito ao encontro entre o PT e o governador Ivo Cassol (PPS), dia 12, cujos propósitos, segundo leitura das colunas, objetivariam obter apoio do governo para uma candidatura petista alternativa à do prefeito Roberto Sobrinho (PT) para disputa de 2008, em Porto Velho, e subseqüente aliança entre o PT e o Palácio Presidente Vargas em 2010. Um reparo do presidente regional da legenda, Tácito Pereira, saiu na coluna desta sexta-feira (23), seguindo-se agora, na íntegra, “ipsis litteris”, o texto com as considerações da senadora Fátima Cleide. “Caro Paulo Queiroz. O carinho, o respeito e a admiração que tenho pelo nobre jornalista não me permitem calar diante das afirmações feitas a meu respeito em sua coluna nestes dias. Em primeiro lugar, faço questão de registrar que muito embora as insistências contrárias afirmem ser inverídicas as informações repassadas pelo companheiro Tácito Pereira, presidente do PT em Rondônia, elas são absolutamente verdadeiras. Não seria necessário de minha parte nenhum acréscimo àquilo que já lhe foi transmitido por meu dirigente partidário. No entanto, considerando o apreço que tenho por você e por seu trabalho, não posso me furtar de expressar, a bem da verdade, informações a cerca de afirmações suas a meu respeito. Minhas divergências com o Governador de nosso Estado são muitas e explicitadas no campo da política, levando em conta a minha personalidade que pugna pela responsabilidade que tenho a frente do mandato que a mim foi concedido pelo voto popular e pela honrosa opção do povo de Rondônia. Não compareci à reunião com o Governador por motivos estritamente pessoais. 2 – CULTURA DA INTRIGA Concordei com a Direção de meu partido que atendeu o convite feito a nós pelo Governador. No que se refere a uma pseudo disputa entre eu e meu companheiro prefeito Roberto Sobrinho, digo-lhe que se fôssemos dar ouvidos a tantas e quantas dizem a nosso respeito, certamente nossa amizade de quase duas décadas já teria descido Madeira abaixo. Entretanto, eu e o prefeito Roberto Sobrinho aprendemos a fazer política na luta, nas ruas, buscando a construção de uma sociedade justa, baseando nossas vidas em princípios e valores socialistas, o que nos fez fortes e maduros o suficiente para não nos deixarmos levar por futricas e intrigas. Temos consciência de nossos papéis e de sua importância para o desenvolvimento de nosso Estado. E para desespero geral daqueles que apostam o contrário, devo informar que temos um projeto político sim, do PT, e ele não apenas passa pelo nome de Roberto Sobrinho como tem tudo a ver com a sua reeleição. Para isto estamos trabalhando. É certo também que o trabalho que os representantes do PT fazem, silencioso e com bons resultados, na prefeitura, no governo e na bancada federal, deixa muitas raposas de nossa política de orelhas em pé e, por isso, usam de seu poder econômico e de influência na mídia para quando não desqualificar nosso trabalho semear desavenças entre nós. Isto se comprova na tentativa de fazer crer aqueles que não conhecem a intimidade do PT, de que eu estaria patrocinando uma campanha contra aquele que na política é meu professor, o meu companheiro de tantos sonhos, lutas e também de uma história vitoriosa, Roberto SOBRINHO, através de um determinado site eletrônico da capital. Por amor à verdade, não tenho nenhuma (in)gerência sobre nenhum órgão da mídia. Se o tivesse, talvez tivéssemos um resultado diferente nas eleições passadas, pois a população teria informações a respeito do nosso trabalho no Senado Federal. Ao contrário, se há um veículo eletrônico pelo qual nutro a maior simpatia, é justamente o que você nomina, isto por conta de apreço por diversas pessoas que o tornam realidade e não porque tenha qualquer patrocínio de nosso mandato. Sei que esta não bastará para por fim à cultura política e rasteira da intriga e da maledicência a qual lutamos para mudar em Rondônia. Daqui faço a minha parte. Um abraço fraterno, Senadora Fátima Cleide”. 3 – CALAR É CONSENTIR Caríssima senadora Fátima Cleide. Aos titulares da Secretaria de Imprensa da Casa Branca, o protocolo do órgão recomenda, expressamente, sob pena de declaração automática de incompatibilidade com o cargo, reparar imediatamente toda e qualquer menção da imprensa norte-americana aos presidentes do país em que for constatada uma referência inverídica. Por vezes, quando ocorre de a notícia, não obstante verdadeira, ser incômoda por demais, a assessoria presidencial chega a recorrer ao protocolo para tentar proteger o chefe, quase nunca com sucesso - conste. Mas quando a Casa Branca não se manifesta, por mais absurda e especulativa que tenha parecido a notícia, significa que não há dúvida sobre a sua veracidade. Em sua edição do dia 13, além de noticiar o encontro entre o PT e Cassol no dia anterior, o jornal “Folha de Rondônia” publicou nota do jornalista Sérgio Pires informando que, dali em diante, Cassol e Fátima Cleide caminhariam juntos. Em que importe a fonte para lá de autorizada – até fevereiro Pires respondeu, por mais de dois anos, pela Comunicação do governo -, o próprio profissional demonstrava alguma perplexidade, a ponto de perguntar se alguém poderia imaginar algo daquela natureza e utilizar a expressão “por incrível que pareça”. No mesmo dia, o site de notícias “Tudorondonia” repercutiu a notícia acrescentando à incredulidade alguma indignação. Até o dia 20, quando o repórter organizou as ilações publicadas na coluna do dia 21, nem a nota de Pires nem o comentário do site haviam merecido qualquer reparo quer da senadora, quer do seu partido. Quem cala, consente - diz-se -, e não apenas na Casa Branca. Abração.
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