SEVEN: Clássico sobre serial killer será relançado nos cinemas brasileiros em fevereiro

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O filme “Seven – Os Sete Crimes Capitais”, de 1995, escrito pelo estreante roteirista Andrew Kevin Walker, e dirigido pelo excelente David Fincher, vai ser relançado nos cinemas brasileiros em fevereiro, ainda sem uma data definida. Essa nova versão foi restaurada em 4k, sob orientação do próprio diretor, Fincher e é um clássico do gênero de suspense e, porque não, terror.
 
A história é sombria e envolve a investigação realizada por dois policiais em uma cidade que nunca é identificada, porém é chuvosa, com o tempo sempre nublado. 
 
O veterano policial, desiludido e cansado, William “Smile” Somerset (Morgan Freeman, perfeito), que está prestes a se aposentar, e o impetuoso e intempestivo detetive David Mills (Brad Pitt, correto) – recém casado com Tracy (Gwyneth Paltrow).
 
Eles se conhecem no início do filme, quando Mills acabou de chegar na cidade para trabalhar no departamento de homicídios, e logo após atender uma ocorrência de uma pessoa obesa encontrada morta dentro da sua casa, com suspeita de crime, se envolvem em uma intrigada conexão de crimes baseados nos sete pecados capitais, com um serial killer extremamente inteligente e manipulador. 
 
O pecados capitais mostrados aqui são: cobiça; preguiça; luxúria; vaidade; inveja e ira. Que na mente do assassino são associados aos comportamentos de suas vítimas e motivam a sua apuração em preparar e cometer os assassinatos. Esses pecados, citados em diversas obras da literatura, como “A Divina Comédia”, na parte do inferno, são considerados malefícios de personalidade pelo catolicismo desde a Idade Média.
 
A engenharia das mortes promovida pelo assassino, que nunca veremos cometer os crimes – a não ser na cena final -, aguça a imaginação na forma como foram executados, e ficam mais sombrios com a investigação dos policiais, graficamente explícitos nos cenários, dentro do ponto certo, onde ocorreram. 
 
Talvez os mais climáticos e terríveis sejam os que envolvem a “preguiça” a “luxúria” e sequência final com a “inveja” e a “ira”.
Esse clássico do suspense, disponível em plataformas de streaming (Max e Prime), já exibido até na TV, se mantém ainda muito atual, assombroso e brilhante. Depois da obra prima “O Silêncio dos Inocentes” (1991), do diretor Jonathan Demme, que consagrou o ator Antony Hopkins como Hannibal Lecter, não se esperava que um outro filme lançado quatro anos depois fosse capaz de igualar a sua importância dentro do gênero.
 
 
O diretor David Fincher vinha de um fracasso retumbante em sua estreia nos cinemas, com “Alien 3” (1992) – segunda sequência da clássica franquia Aliens, que foi destruída pelos produtores que não permitiram que ele supervisionasse o corte final. Desiludido com o cinema, topou fazer “Seven” após ler o roteiro do estreante Kevin e achar muito sombrio, mas com uma reviravolta fora do normal. Ele achou que faria um filme menor, com orçamento mais reduzido, prazo de rodagem mais enxuto – levou dois meses para gravar o filme em Los Angeles. 
 
Com alguns ajustes no roteiro, como a exclusão de uma personagem, que seria uma perita criminal que estaria nas cenas dos crimes dando pistas aos detetives. O diretor achou que a personagem tiraria o foco do embate que ocorre entre o policial veterano e um policial jovem e impetuoso, diminuindo o interesse dessa relação. Ficou melhor de fato cortar.
 
O grande elán de “Seven” está também no aspecto técnico irrepreensível do seu formato sombrio, principalmente na fotografia de Darius Khondji, que faz um trabalho espetacular no uso de luzes, contra luz e dando fluidez em ambientes escuros que acentuam o suspense. 
 
A trilha sonora de Howard Shore (por sinal o mesmo de “O Silêncio dos Inocentes”, mas aqui num trabalho ainda mais avassalador) é brilhante desde a abertura até os momentos de ação e tensão. Tem dois momentos chaves no filme que elevam a taquicardia; como a perseguição no interior do prédio e despois nas ruas, depois na sequência final que fecha o filme.
 
A direção de arte e designer de produção, que são os cenários e objetos de cenas disponibilizados nas cenas interiores. São perfeitos. 
 
A abertura com a morte do obeso, quando os policiais circulam pela casa na meia luz, percebemos, sujeira, bagunça, baratas, comida velha, televisores velhos ligados, é um típico lar de uma pessoa desleixada. Depois no cenário de outra vítima em um prédio de apartamentos, cujo interior é surreal com um susto imprevisível.
 
Não vou dar spoillers para quem assistiu, mas o filme tem curiosidades muito interessantes e quem já assistiu mais de quatro vezes, como eu, já percebe os detalhes. Como o número 7 aparecer em diversos momentos do filme, em pistas que dá para perceber logo de cara, como os números das casas onde os detetives vão ou prédios que cruzam, assim como o jantar que reúne o personagem de Freeman no apartamento do casal, Pitt e Gwyneth Paltrow, às 07 horas da noite.
 
Outro ponto importante são as citações literárias e pista soltas que o serial killer vai dando, como o fato dele deixar nos locais dos crimes recado com versos retirados de livros como “O Paraíso Perdido” e “O Mercador de Veneza”, que fazem menções aos sete pecados capitais. 
 
Curiosidades sobre o filme. O ator Brad Pitt se machucou realmente na cena de perseguição nas ruas, quando caiu de uma certa altura em cima de um entulho de lixo. Ele sofreu uma luxação no braço e teve que rodar a parte final do filme com um curativo e uma tala, pois não queria parar as filmagens. Achou até que isso daria mais autenticidade a cena e ao personagem. 
 
 
Outro ponto muito interessante, no personagem do assassino, o ator Kevin Spacey (vencedor do Oscar por “Beleza Americana”), que o fez, pediu para não colocar o seu nome nos créditos de abertura do filme, deixando o mistério sobre a identidade de quem o faria. 
 
Colou muito bem esse detalhe, pois a revelação da sua identidade no terço final do filme é espantosa, dando ainda mais suporte para a sagacidade inteligente do assassino, motivações dos crimes que envolvem religiosidade e obsessão, com aspectos psicológicos atenuantes na observação da natureza humana no seu íntimo maniqueísta.
 
Essa obra prima do suspense quando estiver em nossas telas de cinema, com a qualidade cristalina do 4k, deve expandir ainda mais a experiência imersiva dentro da história, pois é um dos raros filmes em que a pré produção de cenários, fotografia, montagem ficaram ainda mais evidentes, para encher os olhos. 
 
Vamos ficar de olho quando a distribuidora, Warner, divulgar a data de reestreia em fevereiro. “Seven” é um espetáculo cinematográfico para ver tela grande com todos os recursos visuais e sonoros propostos.
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