O crime ocorreu me outubro de 2016 e vítima foi assassinada com dois tiros
Foto: Divulgação
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O delegado Loubivar de Castro Araújo foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado pela morte do também delegado José Pereira da Silva Filho, ocorrido nas dependências do prédio da Corregedoria de Polícia Civil, em Porto Velho.
O julgamento ocorreu na última quarta-feira(19), e durou doze horas na 1ª Vara do Tribunal do Júri e a sentença foi dada pela juíza Juliana Paula Silva da Costa Brandão e o acusado ainda pode recorrer da sentença, mas preso. Durante o julgamento, Loubivar chorou, se ajoelhou, acusou outros delegados de mentirem sobre a vida violenta e afirmou que matou para não morrer.
A motivação do crime, ocorrido em 3 de outubro de 2016, seria uma rixa antiga entre ele e a vítima, devido a questões profissionais, no 4º Distrito Policial, onde ambos atuavam. José Pereira era delegado titular e Loubivar era delegado adjunto.
Segundo o Ministério Público, Loubivar foi, no dia, a Corregedoria decidido a acabar com a vida do rival. “Assim que teve contato com a estrutura da 4ª DP, o denunciado quis implantar mudanças administrativas. Naquela oportunidade, o denunciado foi informado pela vítima de que deveria respeitar a hierarquia, pois qualquer alteração dependeria de sua autorização, pois ela era Titular da 4ª DP e ele estava sendo designado como Adjunto, episódio rotineiro próprio da administração partilhada numa mesma delegacia. Contudo, porque foi contrariado, o denunciado passou a nutrir um ódio descomunal pela vítima. Tanto é verdade que chegou a inventar a história de que foi ela ameaçado com uma arma apontada em sua direção”.
Para o Ministério Público não há dúvida que o crime foi premeditado. “No dia dos fatos, o denunciado encontrou o momento para eliminar a vida da vítima. Para tanto, agiu de surpresa, dirigindo-se ao local indicado, encontrou-a sentada, distraída e trabalhando, momento que sacou sua arma e, sem nada dizer, efetuou dois disparos de arma de fogo. Dessa forma, o denunciado utilizou-se de recurso que impossibilitou a defesa de José Pereira da Silva Filho”.
A defesa garantiu que Loubivar reagiu antes de ser baleado. E disse que o revolver da vítima estava em cima da mesa, pronto para ser usado. A perícia técnica, no entanto, refutou com veemência essa tese.
“Salienta-se que devido às características observadas no cabo da pistola .45 e pela posição do lado direito da camisa da vítima, verifica-se que esta portava a arma naquele local de seu corpo e a tenha sacado no momento em que foi ferida, devido às marcas dos dedos constatadas no cabo entremeio ao sangue lá impregnado e devido a seus dedos da mão direita estarem semicerrados o que indica que estava segurando um objeto, porém tendo a arma ainda permanecido dentro do coldre, sendo que, em algum momento, devido ao sangue constatado em ambos, este conjunto, arma e coldre, entrou em contato com o sangue (aparentemente a vítima levou sua mão direita em direção ao ferimento que provocava a hemorragia). Logo em seguida a vítima se apoiou sobre o braço esquerdo da cadeira e tentou se levantar, momento em que o sangue, que já escorria em grande quantidade sobre o lado esquerdo de seu corpo, inclusive braço e mão, também caiu por gravidade sobre o lado esquerdo do assento da cadeira e sobre o piso do seu lado esquerdo. Instantaneamente após, a vítima não suportando a gravidade dos ferimentos com a grande perda de sangue, soltou a arma sobre a mesa desfaleceu e caiu, esbarrando sua mão direita na borda da mesa onde foi constatada a presença de sangue impregnado por arrasto, tendo lá permanecendo até a realização dos exames. Após a ocorrência dos fatos o infrator deixou o recinto e provavelmente jogou sua arma sobre o piso do corredor já que lá foi encontrada. ”
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