DO LUTO À JUSTIÇA: Sargento investiga e captura assassinos da prima em crime por aluguel

Policial militar transforma dor em missão e ajuda a prender Erivelto e Zélia acusados de assassinaram Simone Sussuarana para não pagarem aluguel e depois fugirem para Manaus

Rondoniaovivo/Ivan Frazão

25 de Outubro de 2025 às 07:00

Atualizada em : 27 de Outubro de 2025 às 07:31

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DO LUTO À JUSTIÇA: Sargento investiga e captura assassinos da prima em crime por aluguel

Foto: Divulgação

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A vida criminal do casal Erivelton da Silva e Zélia Rocha teve uma pausa no último dia 14 de outubro, quando foram presos na cidade de Manaus. Os dois levavam uma vida discreta, após fugirem de Porto Velho, onde cometeram o assassinato de Simone Sussuarana, de 51 anos, que era dona do imóvel, no bairro Lagoa, na capital, onde o casal residia. O motivo de terem agredido, matado e colocado o corpo em uma mala, foi o não pagamento de aluguel do imóvel que estava atrasado há dois meses. A dupla então levou, queimou e enterrou o cadáver no Setor Chacareiro, no bairro Jardim Santana. Os restos mortais foram encontrados no dia 15 de agosto do ano passado.

Após as investigações da polícia apontarem a dupla como responsável pelo crime, eles fugiram para Manaus. Foi então, que um primo de Simone Sussarana, o policial militar Abraão Sussuarana iniciou uma investigação por conta própria para localizar o casal na capital amazonense. Eles também são suspeitos da morte de Carlos Roberto Silva Lima, que também foi esquartejado, em Porto Velho.

Ele contou para o Rondoniaovivo, qual foi o caminho percorrido para se chegar aos dois assassinos.

Policial militar Abraão Sussuarana iniciou uma investigação por conta própria para localizar o casal na capital amazonense

Quem é Abraão Sussuarana?

Resposta: Sou ex-fuzileiro naval da Marinha brasileira, fiz o ensino médio no curso técnico de contabilidade e, posteriormente, me formei em farmácia. Porém, sou policial militar há mais de 20 anos e, hoje, sou 2º sargento.

Como foram as investigações para se chegar ao Erivelton e Zélia?

Resp: Sobre falar como realizei as investigações, não posso relatar detalhes, pois isso ajudaria pessoas que estão foragidos da Justiça hoje dia. Porém, as primeiras informações que colhi foram com o pessoal da Delegacia de Homicídio de Porto Velho, depois através de grupos de WhatsApp de polícias tem de todo Brasil. Aí, começamos a trocar informações e as coisas foram se encaixando até chegarmos nos dois indivíduos.

O que mais descobriu sobre esses criminosos?

Resp: O que eu descobri foi que o cidadão já está acostumado à cadeia, por roubos e outros crimes, e que os dois eram suspeitos de outro assassinato que, por coincidência, eu que havia feito o registro da ocorrência. Nessa época, ele morava em Porto Velho e se passava por cadeirante pra enganar as pessoas; que ela gostava de usar drogas e que era envolvida com facções e não tinha nada a perder. São pessoas extremamente perigosas para a sociedade.

Na sua opinião, houve falha na ação da polícia, o que permitiu que fugissem para o Amazonas?

Resp: Na minha opinião não teve falha, a polícia tem que seguir o protocolo de investigação, era um crime complexo, e eles tentaram ser espetos fugindo do estado. Porém, foi engano deles, pois, deram mais foco ainda para a polícia civil finalizar as investigações.

Por que eles decidiram fugir para Manaus?

Resp: Eles escolheram fugir para o Amazonas, acredito eu, que seja por vários fatores como proximidade do estado; o fato de Manaus ser uma cidade muito grande e isso dificulta o trabalho da polícia e a facilidade de comprar as passagens, tendo em vista que a pessoa pode ir de três maneiras que são avião, carro ou ônibus e barco, como eles foram.

O senhor acredita que os dois tinha planos de ir para outras cidades?

Resp: Acho que eles não tinham planos de iriem para outra cidade, tendo em vista que Manaus já é uma cidade com mais de 2 milhões de pessoas, então com certeza eles achavam que estavam bem escondidos.

O senhor descobriu como eles estavam vivendo em Manaus?

Resp: Olha, eu tenho certeza de uma coisa: fazendo coisa certa que não era. Como duas pessoas que não trabalham, que a vida inteira foram envolvidas com a criminalidade, vão se sustentar?

Aqui eles mataram a minha prima porque estavam com dois meses de aluguel atrasado, minha prima não aguentava mais e começou a querer expulsar eles do local. Eles então armaram uma emboscada para ela, pagando o aluguel e depois a chamaram para beber. Foi quando roubaram o dinheiro, o celular dela e depois a agrediram, quebrando seus braços e pernas e, em seguida, tocaram fogo no corpo. Umas pessoas dessa não vão trabalhar nunca!

Qual o seu sentimento agora que os dois foram presos?

Resp: Confio plenamente que a justiça será feita, acredito até que o crime da minha prima será julgado como latrocínio. Estou com a consciência tranquila. Não é só pela morte da minha prima, mas sim por ter ajudado a tirar esses elementos nocivos a sociedade das ruas e colocado eles no lugar que eles devem estar.