Foto: Divulgação
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Publicada originalmente em 30.05.2011
Uma pessoa, dizendo-se estudante, defendendo a cartilha do MEC na qual se propõe entender como correto o “nois vai”, reclamou que eu “peguei pesado” no programa “Ponto de Vista”, da TV-Record, sábado passado (28.5), quando o assunto foi uma cartilha e eu disse que sou contra seu uso porque em 20 páginas, a partir da página 15, propõe o nivelamento por baixo.
E ele pergunta se eu não vivo o tempo (atual) que vivo hoje. E quer saber de que tempo eu sou. Bom, explicar a alguém de que tempo é uma pessoa pode dar um compêndio e ainda sobrar assunto.
Tirando aquela coisa de se ter de atravessar a rua para pedir a bênção ao padre que ia na calçada paralela, eu até que posso responder que, tirando questões que tais, eu defendo meus pontos de vista porque entendo que deve ser assim. Daí eu (já ter inclusive escrito a respeito) sou contra o “politicamente correto” por entender que essa construção é exatamente a proibição do livre pensar e de que cada um tenha sua opinião.
Ora, sou do tempo da “sabatina”. Imagine-se hoje a professora de um dos meus netos reunir os alunos no sábado (“sabatina” , segundo o dicionário, significa “Trabalho escolar oral, geralmente realizado aos sábados, para recapitular a matéria da semanaO).
Só que a “sabatina” tinha uma palmatória (pequena peça circular de madeira com cinco orifícios em cruz e provida de um cabo, usado como instrumento de castigo para bater), e quem errava a pergunta, feita por um colega ou pelo professor, levava um “bolo” de palmatória do perguntador. Hoje, no mínimo o professor seria execrado, inclusive por este redator que é contra qualquer violência.
Sim, sou do tempo em que se fazia “ditado”, “cópia”, “interpretação de texto”, e quando se errava uma palavra a aprendizagem era que o autor do erro escrevesse 50 vezes a mesma palavra.
Mas sou também do tempo em que professor era um cidadão da mais alta respeitabilidade, até no trajar. Imagine se um professor daquela época iria dar aula de camisa sem manga ou de sandália havaiana. Ou sentava em cima da sua mesa de trabalho na sala de aula. Nem pensar.
Sou do tempo da meritocracia: só passava quem sabia. Nenhum do meu tempo passou por decreto. Para ingressar na 1ª série ginasial (hoje algo em torno de 5ª série) fazíamos o “exame de admissão”. E a partir daí provas mensais escritas e orais.
Sou do tempo em que o uniforme escolar e os livros eram comprados pelos próprios pais, e passavam de um para outro irmão, no ano seguinte. Sou do tempo em que se estimulava o aprendizado, e não a aprender a usar calculadora para fazer uma simples conta de 3 vezes 8.
Pois é, meu caro estudante: Sou do tempo em que para ser ministro da Educação não precisava ser filiado ou ser protegido de qualquer partido político.
Ah! Sim! Sou do tempo em que Educar não era responsabilidade deixada somente à escola que frequentávamos. A escola era para ensinar. Educar era com os pais, com a família.
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* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!