ANORA: Filme que levou cinco Oscars é sobre s3x0, afeto e família - Por Marcos Souza

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Foto: Divulgação

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Esse ano o filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” entrou num hype nacional extraordinário quando a atriz Fernanda Torres conseguiu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, um feito só conseguido anteriormente pela sua mãe, Fernanda Montenegro, em 1999, com o ótimo “Central do Brasil” (1998), por coincidência, ambos dirigidos por Walter Salles.
 
Entre janeiro e fevereiro Fernanda entrou em uma campanha ferrenha para dar mais visibilidade a sua indicação, ainda mais que havia vencido o Globo de Ouro, prémio considerado uma prévia da festa de gala de Hollywood.
 
E olha só, no dia da premiação entre as concorrentes havia uma pequena pedra no caminho na categoria de melhor atriz, a então quase desconhecida Mikey Madison, do filme “Anora” - que teve um papel em destaque na franquia de terror “Pânico 5” (2022) e anteriorme no ótimo “Era uma vez em Hollywood” (2019), de Quentin Tarantino, num papel menor, como uma discípula da seita de Charles Manson.
 
 
Ao ser anunciada como melhor atriz, nem eu entendi como alguém poderia ter superado o papel delicado, sofrido e medido da Fernanda em “Ainda Estou Aqui”. Impossível!
 
Esperei quatro meses para descobrir o que havia de tão especial em Mikey Madison em um filme, no papel título de “Anora”, que no evento fez um arrastão com mais quatro estatuetas - melhor filme, melhor direção (Sean Baker), roteiro original (também Sean Baker”) e edição (de novo Sean Baker), pois o filme acabou de chegar no catálogo da plataforma de streaming da Prime Vídeo, sem muito alarde.
 
“Anora” ano passado já havia surpreendido os jurados e recebido a Palma de Ouro em Cannes, como melhor filme, depois surpreendeu em alguns festivais de cinema famosos. Recendo prêmios e críticas muito positivas.
 
O diretor Sean Baker, um nome muito forte no atual cinema independente - leia-se filmes de orçamentos baixos, mas tecnicamente bem realizados -, eu mesmo já escrevi sobre um filme dele aqui, o ótimo “Tangerine” (2015) - que foi filmado com três aparelhos Iphone 5s - empreendeu a sua marca em “Anora” ao abordar um tema delicado, a prostituição e o “seio familiar” ligados intrinsicamente na trama central.
 
O filme tem um forte apelo sensual e sexual, principalmente por causa da figura da personagem central, Anora “Ani” Mikheeva (Madison), uma stripper que também trabalha como garota de programa em uma boate no Brooklyn, Nova Iorque, e acaba se encantando com um jovem, bem jovem cliente, rico, o russo Ivan “Vanya” Zakharov (Mark Eidelshtein), que fica fascinado pela sua beleza e encanto sensual.
 
 
Em um envolvimento intenso com Ivan, ela vive momentos sublimes de desejo e paixão quando passa a frequentar a mansão onde ele mora sozinho, ainda que medido pelo seu interesse econômico no jovem rico, no entanto, ao ser contratada para ficar uma semana com ele, numa com amigos em Las Vegas os dois se casam. Vendo que está num momento encantador na sua vida, com um homem que gasta muito e adora gastar com ela, abandona o emprego de stripper e vai morar na mansão do jovem russo. A notícia chega então na Rússia, justo nos ouvidos de seu pai, um poderoso empresário russo, Nikolai Zakharov, e também da mãe, Galina Zakharov, que não gostaram nada da notícia e enviam o padrinho do filho, Toros (Karren Karagulian), que mora em Nova Iorque, para tomar as providências e acabar com o casamento em um dia. Auxiliado pelos seus dois capangas, Garnik (Vache Tovmasyan) e Igor (Yura Borisov), partem para cumprir a missão.
 
A partir desse ponto o filme tem uma grande virada da “Ani”, o que justifica todo o trabalho da atriz Mikey Madison, uma polivalente em entrega de personagem dando uma potência corporal e de expressões de tirar o fôlego.
 
Filme assume como uma comédia romântica, porém tem momentos dramáticos e absurdamente explosivos. Que não posso descrever para não estragar a experiência de quem for assistir.
 
A qualidade como o diretor realiza o filme é extraordinária em forma, pois ao mesmo tempo em que utiliza uma fotografia limpa, esplendorosa em tomadas e sequências externas com a luz natural, por do Sol, contra-luzes, ele distingue alguns takes com câmera na mão, dramaticidade entre personagens medidos pelo movimento sem cortes, closes e panorâmicas lindas.
 
 
Sean Baker, que editou o filme, e foi responsável pelo casting do filme (escolha do elenco), utiliza muito bem os atores medindo a intensidade da entrega nas cenas mais quentes, principalmente - Madison tem uma performance excepcional nesse sentido - a sua entrega junto com o ator Mark não deixa dúvidas na boa quimica do casal em cena.
 
As sensações que “Anora” provoca para quem for assistir tentando medir as intepretações de Fernanda Montenegro com a Mikey Madison, deixa - pelo menos comigo foi assim - o floreio de uma decepção inicial, pois o filme começa como um conto de fadas sensual, como uma Cinderela (Gata Borralheira) quase no pornô soft, até ter a supreendente virada na metade do filme, e justificar todos os prêmios que o filme ganhou, incuindo o merecido Oscar de Madison. O conjunto da obra, dividido em duas metades bem distintas, é provocante, ousado e puro cinema.
 
É um grande filme, com uma história que sai do lugar comum e o final quase enigmático, mas plenamente justificável dentro do cerne emotivo da personagem “Ani”, a Anora.
 
Assista sem receio, com certeza um dos melhores do ano.
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