1978: Terror argentino explora didatura militar, copa do mundo e um culto demoníaco - Por Marcos Souza

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Foto: Divulgação

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Eu fiquei impressionado com o filme de terror “1978”, produzido pela Argentina e lançado ano passado nos cinemas, fruto de uma ideia, roteiro assinado e direção, dos irmãos Luciano e Nicolas Onetti, com o detalhe de que esse filme tem uma história criativa - ao retratar seu enredo no período em que o país passava pelo seu terceiro ano de ditadura militar, extremamente repressora e em perseguição a grupos de esquerda, principalmente grupos anti-militares e considerados comunistas. A sacada é que a história do filme se passa num único dia, 25 de junho de 1978, quando está acontecendo o jogo da final histórica da Copa do Mundo, entre Argentina e Holanda, no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
 
Os diretores Onetti criam uma ambientação muito bem feita ao focar as atividades secretas de um esquadrão paramilitar que é responsável por capturar e fazer com que pessoas suspeitas de integrar grupos de esquerda contrários ao governo militar argentino identifiquem agentes “subversivos” e entreguem os esconderijos, para debelar qualquer tipo de oposição à ditadura. 
 
Esse grupo funciona num centro de detenção clandestino e promove uma verdaderia barbárie com os suspeitos ali detidos, com sessões brutais e sangrentas de tortura e execução. 
 
 
O filme tem um início impactante ao mostrar como era o cerne da verdade chocante das ações violentas promovidas pelo governo militar, longe da imprensa, manipulando informações e executando pessoas, muitas inocentes. Os diretores tem o cuidado de deixar um clima permanente de tensão e medo, mostrando o modus operandi dos torturadores inescrupulosos, muitos frios e violentos. 
 
A urgência do filme na primeira metade é bem impactante, ainda que deixe um ou outro personagem caricato - e promova às vezes uma alegoria didática na dualidade das emoções do jogo da final da copa, entre os torturadores, que executam o seu serviço cruel enquanto gozam do prazer de assistir a partida de futebol - seja na TV ou através do rádio como torcedores patriotas, orgulhosos de ver a sua seleção ser pela primeira vez campeã mundial.
 
Essa dualidade da emoção de um jogo de futebol mobilizar toda uma população em torno da TV ou do rádio e ao mesmo tempo mostrar a violência de torturadores com militantes ou não, suspeitos de integrar grupos de esquerda, não é novidade.  O cinema brasileiro já tinha feito isso na década de 80. 
 
 
É uma referência clara ao filme “Pra frente, Brasil” (1982), do diretor Roberto Farias, que tem um foco muito semelhante nessa premissa somente, ao mostrar os jogos da seleção brasileira na Copa de 1970, quando o Brasil pára pra vibrar com a seleção canarinho no México, e enquanto isso, militantes são torturados por agentes da repressão oficial, inclusive inocentes. E foi um filme feito durante a ditadura militar, ainda que já se discutisse a anistia total nos meandros do Governo Federal - e que se concretizaria três anos depois do lançamento desse filme, em 1985.
 
De volta o filme argentino. Depois dessa primeira hora do que é uma boa introdução para uma premissa que entra no terror, quando esses agentes conseguem uma informação de um local onde podem encontrar alguns militantes contrários ao governo, depois de capturados são levados para o centro clandestino para serem interrogados e violentados.
E aí vem a virada, os paramilitares prendem um grupo de pessoas erradas. Os capturados fazem parte de um culto sombrio que se manifesta através de uma figura sobrenatural demoníaca. A hora final então vai ocorrer um verdeiro pandemônio e o centro vira o inferno na Terra.
 
 
Assista, não vou revelar mais nada. Pois é uma retomada de roteiro com um plot twist que pode configurar num gore quase mambembe - lembrando muito uma mistura de “A Morte do Demônio” (o clássico do Sam Raimi de 1982), com filmes do José “Zé do Caixão” Mojica (sem a mesma criatividade), principalmente “O despertar da Besta” (1970) - quem viu vai entender, ou, numa sequência brutal de sangue e mortes que podem causar mal estar.
 
Não é nenhuma obra prima do gênero, porém, mesmo divisível vale uma noite de cinema na sala com a luz apagada e pipoca. “1978” já está disponível no catálogo de lançamentos do serviço de streaming MAX. 
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