Uma denúncia chegou à redação do Rondoniaovivo, na tarde da última terça-feira, 19, informando que o escritório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Rondônia, está realizando pesquisa no estado, usando métodos que vão contra os protocolos da própria instituição, para a realização desse tipo de trabalho.
Segundo o instituto, os pesquisadores de campo, que vão nas residências colher os dados, devem se apresentar de forma adequada às atividades de pesquisa, trajando roupas adequadas e com o crachá de identificação do IBGE.
A denúncia que chegou à redação, informa que está ocorrendo em todo o Brasil e sob o comando do instituto, a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios Continua (PNAD Contínua), que é realizada anualmente desde 2013 em todo país.
Devido a pandemia do coronavírus e as medidas de isolamento, os servidores do instituto estão trabalhando de casa, não podendo ir a campo para colher os dados nas residências dos moradores.
Mototaxistas estão indo em casas em nome do IBGE e pegando informações para um levantamento nacional
Para não comprometer a pesquisa, a direção do IBGE em Rondônia, decidiu contratar serviços de motataxistas, que sem nenhum treinamento, vão nas casas e pedem aos moradores os números de telefones e repassam para a direção que passa para os servidores fazerem as ligações e colherem os dados da pesquisa junto à população. O objetivo dessa forma de trabalhar seria evitar a contaminação pela Covid-19 junto aos participantes.
Os denunciantes afirmam que esse procedimento por parte da direção utilizando mototaxistas é errado, pois está expondo a população ao risco de contrair a Covid-19. Isso porque esses profissionais podem estar contaminados e no contato com os moradores podem estar também passando a doença.
Outro ponto levantado, diz respeito a segurança. Na denúncia, é informado que essa situação abre brecha para que marginais, utilizando motos e, se passando por enviados do IBGE, pratiquem assaltos e outros crime. Afinal, observam, não existe qualquer tipo de identificação de que aquele mototaxista, de fato, está a trabalho do instituto de pesquisa.
Os denunciantes apelam para que a direção do IBGE, reveja esses procedimentos e informam que o Ministério Público Estadual e a Secretaria Municipal de Saúde já estão cientes da situação e pedem que providências sejam tomadas, antes que uma tragédia ocorra.
Outro lado
O IBGE foi procurado para responder sobre as denúncias e se pronunciou através da nota emitida pela assessoria de Comunicação do órgão.
No texto, o instituto explica o procedimento adotado e as precauções que a população deve ter quando for abordado por alguém se dizendo ser representante do IBGE.
Veja a nota:
Nota oficial – Pesquisas do IBGE em andamento
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa a população em geral que toda a coleta de dados para suas pesquisas está ocorrendo por telefone como forma de resguardar a saúde do servidor do IBGE e dos informantes.
Neste momento, duas pesquisas estão sendo realizadas: a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que averigua principalmente ocupação/desemprego, e PNAD Covid, pesquisa excepcional para identificar o fluxo de contaminação de Covid-19.
Assim, em todo o Brasil, os moradores dos domicílios selecionados nas amostras estão recebendo cartas com informações referentes às pesquisas, distribuídas por mototaxistas, motoboys e profissionais similares.
Como o banco de dados do IBGE não possui número de contato de todos os domicílios, em algumas residências estes profissionais perguntam ao morador qual seria o número de telefone para que o servidor do IBGE entre em contato.
O IBGE comunica ainda que quem receber a ligação de alguém informando que é servidor do IBGE, pode conferir se realmente está conversando com alguém do Instituto através do site
https://respondendo.ibge.gov.br/ ou pelo telefone da Unidade Estadual: 3533-9800.
Em relação ao recebimento das cartas, os moradores não precisam ter contato com o entregador. Caso seja perguntado o número de telefone e o morador não queira dizer para o mototaxista, o IBGE solicita que ligue para a instituição para informar diretamente o seu contato. A participação dos selecionados garante o retrato da realidade brasileira.