Abandono expõe o processo de degradação do complexo turístico e histórico da cidade
Foto: Divulgação
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A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, expoente do patrimônio histórico de Rondônia, vem sendo cenário de constantes problemas tais como, falta de iluminação, segurança e infraestrutura. A enchente de 2014 agravou o processo de desgaste que, juntamente à falta de manutenção, contribuem para o desaparecimento da história da estrada que ajudou a impulsionar o progresso da região.
O abandono expõe o processo de degradação ao qual todo o complexo vem passando, especialmente as locomotivas que se encontram tomadas por ferrugem, o mato encobre o maquinário. A praça, que nos finais de semana costumava atrair famílias e turistas que apreciavam a vista do rio Madeira, hoje se encontra com a estrutura do deck completamente depredada com os bancos mal conversados e falta de iluminação.
As grades de proteção também são alvos fáceis para os criminosos, que utilizam de serras para retirar os ferros, que posteriormente são comercializados. Drogas e materiais roubados também são deixados na localidade, os marginais aproveitam da vulnerabilidade dos visitantes para praticar os assaltos, motivo pelo qual a população evita transitar no complexo.
Peças furtadas
Na manhã de quarta-feira, a Estrada de Ferro foi cenário de mais uma ação dos criminosos, cerca de quatro peças da locomotiva 50 foram roubadas. Os vigilantes perceberam a movimentação na oficina, ao chegarem ao local perceberam que as peças tinham sido levadas. Apenas quatro guardas fazem a vigilância de todo o complexo, dois durante o dia e mais dois no turno da noite, número insuficiente para coibir a prática dos vândalos e garantir a segurança dos visitantes.
Vigilância é precária no local, diz associação
Para o vice-presidente da Associação dos Ferroviários, George Telles, os criminosos atuam na localidade justamente pelo pouco efetivo dos guardas, segundo Telles, o número de vigias durante o dia é precário, já os representantes da Associação dos Ferroviários formalizaram o registro da ocorrência e enviaram ao Ministério Público a denúncia dos roubos.
“Mais uma lamentável perda, não há como guardar a nossa história se não temos apoio. O número de vigia durante o dia é pequeno, apenas dois para a área completa. Na parte da noite temos quatro e não temos tido problema. Precisamos ter em mente que as peças roubadas fazem parte da nossa base de história, o valor que elas têm é muito maior”, desabafa.
Processo de Revitalização
Hoje está marcada uma reunião onde a prefeitura vai apresentar o projeto do complexo ferroviário para o Iphan, se o projeto estiver dentro das normas exigidas pelo instituto a obra pode ser aprovada de imediato, mas se houver alguma violação será necessário uma readequação que a prefeitura do município deverá fazer antes do prazo estipulado para o começo das obras, no dia 15 de maio.
Em novembro do ano passado, Delma Batista, superintendente do Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, vetou o pré-projeto apresentado pela prefeitura, pois não seguia as normas do instituto.
Na ocasião a superintendente também ressaltou a urgência da revitalização do complexo. “Estamos em tratativas, e esperamos que tudo possa dar certo para que no próximo ano as obras de restauração possam ser iniciadas, tendo em vista que a restauração é urgente em todos os sentidos. Primeiro o deck de madeira que não foi colocado nada no local deixando um buraco aberto, a iluminação que fica à mercê dos vândalos, sendo necessário uma vigilância mais efetiva no local”, disse.
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