A abordagem sobre estratégias de combate a facções criminosas e ao tráfico levou ao auditório painelistas com profundo conhecimento nos assuntos
Foto: Divulgação
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A atuação integrada e o compartilhamento das informações entre os organismos policiais são imprescindíveis nas estratégias de combate a facções criminosas e tráfico. Este foi o ponto comum dos debates travados, na quarta-feira (30), no auditório da Faculdade Uniron em Porto Velho, onde acontece a reunião do Pacto Integrador de Segurança Pública Interestadual, que reúne cerca de 200 especialistas do setor, representando todos os estados da federação e órgãos federais.
Mas foi a fala de Ricardo Brisolla Balestreri, que preside o Pacto Integrador de Segurança Pública Interestadual, que marcou o ciclo de debates. Ele afirmou que o crime organizado, para ser conhecido plenamente exige um olhar diferente, para o alto, “onde se faz negócios de altíssimo nível”.
Balestreri é delegado da Polícia Federal e secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária do estado de Goiás, além de presidente do Pacto Integrador de Segurança Pública Interestadual. Sua experiência e conhecimento no assunto ganham ainda mais peso pelo fato de ser ex-secretário nacional de Segurança Pública.
A abordagem sobre estratégias de combate a facções criminosas e ao tráfico levou ao auditório painelistas com profundo conhecimento nos assuntos. A eloquência de Balestreri, entretanto, soou como uma luz sobre a realidade do país.
“A lógica da eliminação não funciona”, disse ele para explicar que não basta a ação estatal contra o crime focar apenas os delitos que ocorrem em áreas afastadas dos grandes centros, onde está a “raia miúda”, como definiu.
Além de propor que o enfrentamento seja feito “com o olhar para cima”, que significa as mansões luxuosas, “sem deixar de olhar para baixo”, no caso, os pequenos infratores, o presidente do Pacto Integrador reforçou que “nesta tarefa há um caminho único a seguir, que é seguir o rastro do dinheiro”.
“RAIA GRAÚDA”
E para vencer o desafio de enfrentar a “raia graúda”, Balestreri disse que é preciso resgatar a força da Polícia Civil, que foi se perdendo com o passar do tempo por motivos diversos. “A atuação conjunta e integrada com a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal é imprescindível”, recomendou.
O secretário de segurança Pública do Distrito Federal, Edval de Oliveira Novaes, que também é delegado da Polícia Federal, detalhou a atuação das milícias, organizações paramilitares que se tornaram comuns no Rio de Janeiro, onde ele também cumpriu parte de sua trajetória profissional.
Novas também avaliou que o índice homicídios no país é absurdo e lembrou que muitos autores estiveram presos antes e postos à disposição da justiça, o que significa que a polícia já fez a sua parte.
O coordenador do Centro Integrado de Segurança Pública do estado de São Paulo, delegado Renato Topan, fez uma ampla explanação sobre Interagências em Segurança Pública e mostrou a relevância dos organismos estimularem a cultura do compartilhamento de informações para o sucesso do combate ao crime.
No workshop que tratou do roubo de cargas, o major Geyson Alves Borba, da Polícia Militar de Goiás, compartilhou experiências de combate a esta modalidade de crime. Ele explicou como funciona o sistema Procarga e ofereceu o programa aos demais estados.
Gustavo Garcia, secretário adjunto de Inteligência do Mato Grosso, destaca que o estado tem quase 1 mil quilômetros de fronteiras, que constituem área que precisa ser defendida.
Coube ao coronel Jonildo José de Assis, subchefe do Estado Maior da PM de Mato Grosso, complementar a apresentação mostrando o que é o Gefron, o Grupo Especial de Fronteira , que atua integrado com PM, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros nas operações sistemáticas de prevenção e repressão ao tráfico de drogas, contrabando e descaminho de bens e valores, roubo e furto de veículos e invasões de propriedades.
MULTIBIOMÉTRICA
A Base de Dados Multibiométrica de Rondônia, um sistema que utiliza características biométricas colhidas em locais de crimes, foi apresentada pelo perito criminal Cleiton Santos, da Superintendência de Polícia Técnico Científica de Rondônia (Politec).
Segundo ele, o sistema usa a base de dados de identificação digital e tem grande utilidade na atividade operacional, as investigações. “O software foi desenvolvido em Rondônia e pode ser cedido gratuitamente aos demais estados que necessitarem”, disse ele.
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