Debates aconteceram em evento realizado por estudantes de jornalismo, em Porto Velho. Jovens e idosos são maioria no índice de morte por suicídio, segundo especialista
Foto: Divulgação
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Os impactos da tragédia e os fatores sociais e de saúde que contribuem para o suicídio foram assuntos debatidos por especialistas e estudantes, na noite desta terça-feira (20), durante a 3ª edição do projeto "ComunicArte". O evento foi promovido por acadêmicos do 3° período do curso de jornalismo de uma faculdade particular, em Porto Velho.
As discussões, segundo ressaltou o professor Emanuel Jadir Siqueira, mentor do projeto busca envolver a sociedade nos debates sobre o problema e promover uma abordagem mais ampla e clara sobre o suicídio e suas causas.
“A meta é provocar maior reflexão sobre o assunto e envolver a sociedade nos debates”, explicou.
O professor formado em direito, Sandro Luiz Alves de Moura, foi um dos debatedores no evento. Ele abordou os aspectos jurídicos da questão e fez um apontamento sobre os possíveis fatores que podem influenciar na decisão de um suicida.
“Jogos de desafios, como o ‘Baleia azul’ e alguns programas que passam em canais fechados ou até mesmo na internet encorajam o suicídio”, alertou.
Titular da delegacia que investiga crimes contra a vida, Sandro Luiz, lembrou também do papel da Polícia Civil em investigações de casos que envolvem suspeitas de homicídios.
“A Polícia Civil atua de forma a pacificar a questão, para que não haja dúvidas sobre cada caso”, salientou.
Sem apontar números, o delegado afirmou que Porto Velho é uma cidade com alto índice suicídios, principalmente entre jovens e pessoas idosas. Além dos das influências midiáticas, Sandro Luiz apontou o que ele chamou de esgarçamento dos laços familiares como fatores que também contribuem para o suicídio.
“Os laços familiares estão sendo esgarçados e o Estado tem uma parcela de contribuição nisso, quando facilita o divórcio e amplia o significado de família”, acentuou.
A solidão em que muitos jovens e idosos vivem aliada à baixa autoestima, segundo o especialista, acaba gerando um estado depressivo que levam algumas pessoas a tomarem decisões drásticas.
A professora doutora Elza Jacarandá, coordenadora do Curso de Pedagogia da Uniron, concorda com Sandro Luiz.
Segundo ela, a questão é tão preocupante que existem casos de depressão em crianças de até cinco anos. “Nesses casos, toda a família deve ser tratada”, afirma Elza Jacarandá, que também é psicanalista.
Considerando o estado psicológico e a saúde, Elza Jacarandá afirma que o transtorno emocional é fator preponderante para levar ao suicídio e faz um alerta.
“O estado de suicídio é muito amplo, quem bebe ou come compulsoriamente, por exemplo, pode ser considerado um suicida, pois está se matando aos poucos, consciente do que está fazendo”.
Seja qual for o tipo de morte, conforme especialistas a família sempre sofre. Esse outro lado do suicídio, o sofrimento de quem fica, foi o assunto tratado pelo acadêmico David Ridrigues, que está escrevendo um livro reportagem sobre o tema.
David Rodrigues disse que, em dezembro do ano passado, um casal enviou o filho único para estudar em São Paulo e o rapaz cometeu suicídio.
“Esse fato me marcou, então resolvi estudar sobre o assunto e decidi escrever um livro reportagem sobre o tema”, explicou.
Convidados
Andreia Gonzalez, coordenadora do curso de jornalismo, parabenizou o professor Emanuel e os estudantes envolvidos no projeto pela iniciativa e falou da importância de se falar sobre o tema exposto no projeto.
O presidente do Conselho Regional de Medina de Rondônia, Cremero, Andrey Leonardo Freitas de Oliveira, também falou da satisfação em sediar o evento e destacou a relevância do tema proposto.
A jornalista Lívia Costa falou da tristeza, dos sinais que indicam o mal e fez um alerta emocionado com a declamação de uma crônica poética sobre o suicídio, abordando os dramas que podem levar à morte precoce e a dor imposta aos parentes e amigos.
O debate foi feito no auditório do Cremero, em Porto Velho.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!