“Não vamos sair daqui para ficarmos largados naquele acampamento, nos somos seres humanos não somos bichos não, ou saímos do colégio para nossas casas ou ficaremos aqui, não iremos para debaixo de lona”, afirmou uma das desabrigadas.
Foto: Divulgação
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Na manhã desta segunda-feira (8) alunos e pais da escola Duque de Caxias fecharam a avenida Farquar em frente a instituição estadual de ensino em forma de protesto para exigir que a SEDUC (Secretaria de Educação do Estado de Rondônia) tome alguma medida para que os estudantes iniciem o ano escolar.
Desde o inicio do ano várias escolas rede pública estadual de ensino médio e fundamental foram cedidas para abrigar as comunidades atingidas pela maior cheia já registrada na história do rio Madeira em Porto Velho.
Passado mais de três meses, a comunidade desalojada pelas águas da chuva permanece utilizando as salas de aulas como moradia e mais de dez mil alunos permanecem em casa aguardando o inicio das aulas.
Para Erika Patrícia, mãe de um dos alunos da escola Duque de Caxias, o protesto não era contra a comunidade que está alojada dentro da escola, mas sim, o protesto era para alertar os olhos da sociedade sobre o grande prejuízo educacional sofrido pelos alunos que já perderam quase um semestre de aula.
“Já estamos indo para três meses sem aula, a SEDUC fala que é a prefeitura, a prefeitura diz que é a Defesa Civil, os órgãos responsáveis precisam ter um olhar humano, não apenas com os desabrigados, mas também com os alunos”, disse Erika Patrícia.
A Defesa Civil em conjunto com o Corpo de Bombeiros e outros órgãos públicos montaram acampamento no Parque de Exposição em Porto Velho, porém existe
muita recusa entre a comunidade alojada nas escolas públicas para migrarem ao acampamento coletivo.
De acordo com Francisca Bezerra, moradora do bairro Balsa que perdeu sua residência após a cheia do rio Madeira e abrigada atualmente em uma sala da escola Duque de Caxias, o acampamento montando para eles no Parque de Exposições não apresentam condições dignas de moradia.
“Não vamos sair daqui para ficarmos largados naquele acampamento, somos seres humanos não somos bichos não, ou saímos do colégio para nossas casas ou ficaremos aqui, não iremos para debaixo de lona”, disse Francisca Bezerra.
O acampamento
No acampamento montado para os desabrigados a equipe do Rondoniaovivo foi recebida pelo Tenente Coronel Gregório que coordena toda estrutura e logística de todo o local que foi montado em uma espécie de “minicidade”.
Diferente do que muitos das pessoas alojadas na escola Duque de Caxias afirmaram no local existe uma tenda para alimentação, área de lazer e esporte, além de todo o suporte e apoio de profissionais do Corpo de Bombeiro e Polícia Militar.
No acampamento poucas tendas estão ocupadas, a maioria delas são utilizadas por moradores da região do Joana D’arc III, área de assentamento rural em Porto Velho, região bastante prejudicada com a cheia.
“Nós temos segurança, alimentação, comida servida três vezes por dia, banheiros químicos, chuveiros, bebedouros, lavanderias, duzentas barracas para abrigar a comunidade. Acredito que a recusa dessas pessoas em vir para o acampamento se dá pela falta de informação, pois estamos trabalhando 24 horas por dia para amenizar o sofrimento dessas pessoas”, disse o Tenente Coronel Gregório.
O calor amazônico é um dos maiores problemas enfrentados pelos organizadores do acampamento. Com lonas estendidas sob um forte sol, a sensação térmica dentro das barracas chega a ser insuportável. Um projeto de colocar pequenos climatizadores de ar nas tendas está sendo analisado e pode em breve resolver esse problema.
Ainda não foi apresentado nenhum projeto palpável para novas áreas onde essas comunidades serão reintegradas após a cheia. Enquanto isso, professores, pais e alunos aguardam o inicio do ano escolar. Confira vídeo:
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