Aproximadamente trezentos mototaxistas se concentram desde as primeiras horas da manhã em frente à Secretaria Municipal de Trânsito (SEMTRAN), revoltados diante da possibilidade concreta de perderem as concessões de suas placas, por causa da reclassificação feita pela Secretaria, por determinação judicial em ação ingressada pelo Ministério Público.
A categoria questiona o fato da SEMTRAN ter feito o processo sem a participação da Câmara de Vereadores e do SINDIMOTO; além de não estar sendo feito nenhuma proposta para resolver o problema das centenas de trabalhadores que serão atingidos. Recentemente, em uma audiência pública, o secretário da pasta chegou a dizer “ninguém será prejudicado, pois quem está com essas placas atualmente estão de forma indevida e usurpando o direito de outros”.
O titular da SEMTRAN Carlos Gutemberg resistiu por vários meses a revelar os trabalhos da Comissão de Reclassificação do processo seletivo que concedeu as atuais placas para mototaxistas e, principalmente, a divulgar a lista dos reclassificados. Nesta quarta-feira (18), em reunião na prefeitura, após exigência dos vereadores, do Sindicato dos Mototaxistas (SINDIMOTO), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de várias associações e cooperativas da categoria, o prefeito determinou, mais uma vez, que o secretário entregasse a listagem completa; além de estabelecer um prazo de dez dias para mototaxistas que se sentissem atingidos apresentassem eventuais recursos.
Ao ter acesso à listagem de reclassificação da SEMTRAN, na tarde de ontem, os mototaxistas entenderam o motivo da resistência do secretário em divulgar a informação; pois são quase trezentos pais e mães de famílias que poderão perder seu suado ganha pão. Ao que parece a Secretaria queria passar a listagem somente para ao judiciário, para depois poder alegar que foi uma determinação da Justiça essa nova reclassificação e não um trabalho elaborado pela SEMTRAN. A categoria questiona que não teria sido feito um levantamento detalhado sobre todos os classificados, para saber se não tem empregos ou contratos com a administração pública, o que impede o acesso às placImagem inline 1as.
A categoria pretende iniciar um plano permanente de luta, para assegurar os direitos dos atuais proprietários das placas; dente as ações que envolverão manifestações de rua, em órgãos públicos e até mesmo um acampamento na SEMTRAN, há exemplo do que fizeram 266 famílias do assentamento Joana D’arc, que ficaram 69 dias acampadas em frente ao escritório da Santo Antônio Energia e estão conseguindo um grande vitória. Durante as falas, em que foi denunciada a truculência da Secretaria, foi relembrada a história de luta dos mototaxistas em Porto Velho, quando a categoria não era legalizada e sofria todo tipo de perseguição, violência, como balas de borracha, gás lacrimogênio e cassetetes.