DRAMA – Mortes, leitos e corredores lotados no João Paulo II revoltam comunidade

Pessoas jogadas no chão como se não tivessem nenhum valor humano, demora nos atendimentos por falta de efetivo e mortes. O hospital já figurava entre os mais tenebrosos pronto socorros do país.

DRAMA – Mortes, leitos e corredores lotados no João Paulo II revoltam comunidade

Foto: Divulgação

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Nos corredores do João Paulo II, o cenário é caótico.
Um suplício infindável, essa parece ser a sina do maior Pronto Socorro do estado de Rondônia, o João Paulo II. Localizada na cidade de Porto Velho, responsável por absorver grande parte dos enfermos que necessitam de atendimentos de urgência em média e alta complexidade, o pronto socorro é gerido pelo Governo Estadual.
Há cada final de semana o Pronto Socorro João Paulo II realiza em média mais de 300 atendimentos de urgência, em sua maioria, vitimas do famigerado trânsito das cidades rondonienses.
Trabalhos e projetos de todas as formas já foram realizados dentro do hospital. Na gestão do ex-Governador e atual Senador, Ivo Cassol (PP) uma grande reforma foi realizada nas dependências da unidade de saúde, a esperança era a de que com um moderna infraestrutura e equipamentos de ultima geração, enfim, os cidadãos rondonienses gozariam de um serviço público de saúde minimamente digno.
Mas, o que aconteceu foi o contrário, ao final do mandato de Ivo Cassol, o Pronto Socorro João Paulo II mais parecia um hospital de campanha, digno das guerras mais miseráveis e truculentas que se possa imaginar.
Pessoas jogadas no chão como se não tivessem nenhum valor humano, demora nos atendimentos por falta de efetivo e mortes. O hospital já figurava entre os mais tenebrosos pronto socorros do país.
Veio o novo governador eleito pelo estado de Rondônia, o médico Confúcio Moura (PMDB), com ele uma equipe de televisão do Jornal Nacional, maior noticiário do país, nele, Confúcio denunciava as agruras sofridas pelos cidadãos de Rondônia no “hospital da morte”, veio a intervenção federal e mais vez o povo de Rondônia teve a impressão de que tudo mudaria e que finalmente seriam respeitados como seres humanos.
Porém, após a pirotecnia informativa veio à dura realidade, problemas envolvendo a administração do Pronto Socorro, tapurus saindo da boca de paciente, odor de fezes nos corredores e corredores lotados de pacientes jogados ao chão.
E após dois anos de gestão de um médico à frente do estado de Rondônia, a situação parece permanecer inalterável.
Imagens registradas na tarde desta última terça-feira (16) mostram à humilhante situação ao qual cidadãos de todas as cidades de Rondônia são submetidos. Os corredores estão intransitáveis, são macas e enfermos espalhados por todos os recantos.
Dentro dos leitos coletivos, os servidores do Pronto Socorro João Paulo II se desdobram para atender a demanda, porém mesmo com o reconhecido trabalho realizado pelos técnicos de enfermagem e enfermeiros, o numero excessivo de pacientes torna o trabalho dificultoso, demorado.
Drama e falta de UTI
No último dia 12 de abril um vídeo postado na internet pelo cidadão James Willian Ferreira, ilustrava bem o quadro de impotência e revolta dos rondonienses com
Portadora de necessidades especiais, Valdelina Ferreira de Souza, faleceu aguardando um leito na UTI.
a falta de respeito em relação ao serviço disponibilizado à comunidade no Pronto Socorro João Paulo II.
Desesperado, James gravou em através de seu celular, na porta do Pronto Socorro, onde relatava a total falta de preparo do Pronto Socorro João Paulo II em atender sua irmã portadora de necessidades especiais.
James afirmava que não existia um atendimento diferenciado à essas pessoas no sistema público de saúde em Rondônia. Vale lembrar que portadores de necessidades especiais precisam de um atendimento diferenciado frente à fragilidade de seu sistema imunológico.
No ultimo dia 13 de abril (sábado) James Willian posta mais um vídeo na internet, só que dessa vez para agradecer o apoio de todos que estiveram ao seu lado e informar que sua irmã estava morta.
A portadora de Síndrome de Down, Valdelina Ferreira de Souza (45 anos) havia falecido esperando um leito na UTI do João Paulo II e aguardando o atendimento que a lei assegura para pessoas com o seu problema físico. (Confira os vídeos abaixo)
A morte de Valdelina ilustra um fúnebre cenário que está envolto nas paredes do Pronto Socorro João Paulo II, e mostra que já passou do momento de Porto Velho possuir mais um Pronto Socorro para atendimentos de urgência em média e alta complexidade.
Enquanto isso mais irmãs, pais, mães, esposas e filhos continuarão morrendo a mercê de um serviço público de saúde ineficiente e sanguinolento. Esse é o retrato da saúde pública de Rondônia.

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