Pesquisas da Embrapa Rondônia revelam potencial do estado para a eucaliptocultura

Pesquisas da Embrapa Rondônia revelam potencial do estado para a eucaliptocultura

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Foto: Divulgação

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Resultados iniciais de testes realizados pelo Núcleo de Produção Florestal da Embrapa Rondônia (Porto Velho-RO) com clones de eucalipto instalados, nos campos experimentais de Porto Velho e Vilhena (foto), demonstram o potencial do estado para a eucaliptocultura. Em Rondônia existem amplas áreas propícias para a silvicultura com espécies nativas e exóticas e um ambiente favorável ao desenvolvimento de um programa florestal.

De acordo com o pesquisador Henrique Nery, em Porto Velho foram plantados quatro clones amplamente difundidos no Brasil: 1277, VM01, GG100 e H13. As avaliações mostraram um rápido crescimento inicial. As alturas médias das parcelas que receberam maior adubação de plantio foram, em metros, de: 4,48, 4,53, 5,67 e 6,45 para os clones 1277, o H13, o GG100 e o VM01, respectivamente, aos 12 meses de idade. “Considerando-se que o plantio recebeu somente uma adubação (de plantio), os números podem ser considerados muito bons para o VM01, bons para o GG100 e médios para o H13 e o 1277”, explica Cipriani.

Até o final do ciclo da cultura (em torno de seis anos), podem-se esperar alterações nesse ranking, contudo, esses resultados já são bons indicadores do ritmo de crescimento dos clones e da resposta à adubação. As parcelas que não receberam adubo, por exemplo, apresentaram altura média inferior à metade da altura das parcelas adubadas. “O produtor que pretende colher bons rendimentos com a eucaliptocultura, deve investir em fertilização, como faria com uma cultura agrícola convencional”, complementa o pesquisador.

Segundo Abadio Vieira, também pesquisador da Embrapa Rondônia, a região de Vilhena apresenta áreas propícias ao reflorestamento com espécies como pinus tropicais, que podem ser exploradas para produção de resina e madeira, e eucaliptos para uso múltiplo, como energia (lenha e carvão), poste para eletrificação, madeira para serraria, entre outros. “Plantios comerciais de eucaliptos nesta região apresentam rendimento médio acima de 40 m3/ha/ano. Porém estes rendimentos podem aumentar com a escolha adequada de espécies/clones e o manejo do reflorestamento”, afirma.

Espécies de eucalipto são preferencialmente utilizadas devido ao seu rápido crescimento, capacidade de adaptação a diversas condições de clima e solo, assim como pelo potencial econômico de utilização diversificada de sua madeira. “Clones como GG100, H13, VM01 e AT02, conhecidos pelo crescimento acelerado e plasticidade, podem ser plantados em diversas combinações de clima e solo, sem grande prejuízo na produção, e têm apresentado excelente desenvolvimento na região de Vilhena”, comenta Abadio Vieira.

Plantio de florestas é incentivado em Rondônia
O estado de Rondônia é o 13º em extensão do Brasil, constituído por uma área de cerca de 23 milhões de hectares. Porém, 40 % por cento desse total correspondem a áreas demarcadas pelo poder público como unidades de conservação e reservas indígenas. Além disso, as áreas de preservação permanente e de reserva legal podem representar até 80% da área de algumas propriedades agrícolas. 

Somando a isso a pressão mundial pela redução do desmatamento na Amazônia, forma-se um cenário de redução gradual na oferta de madeira de mata nativa. Já a demanda, não para de crescer, impulsionada principalmente pela produção de cerâmicas, a secagem de grãos e outras atividades econômicas, isso sem considerar atividades que utilizam a madeira para fins não energéticos, como a construção civil e a movelaria.

Diante desta situação, o governo de Rondônia tem buscado alternativas para a sustentação da atividade madeireira. Um exemplo é a edição do Decreto Estadual nº 15.933, em 19/05/2011 e da Instrução Normativa nº 01/SEDAM em 30/05/2011, dois importantes instrumentos institucionais para a implantação de um programa de plantio de florestas em Rondônia. 

Outra ação sobre este assunto foi realizada pelo governo no início de julho em Vilhena, quando se discutiu a importância de se plantar florestas no estado. “Devemos pensar em empreendimentos de longo prazo para o estado. A perspectiva discutida no evento foi de que, com governo estadual e empresários empenhados, no futuro, o estado poderá vir a receber até fabrica de celulose. Antes disso, contudo, o estado já terá se beneficiado de indústrias de base florestal moveleiras, de MDF, laminados, e até geração de energia através de termelétricas que já estão se instalando na região”, conta Henrique Cipriani.

O reflorestamento de pequenas e médias propriedades rurais com espécies florestais nativas e exóticas também é de interesse público, pois gera emprego no meio rural, garantindo uma fonte de renda adicional para as famílias, além de gerar outros benefícios, principalmente a redução da pressão sobre as florestas naturais remanescentes. 

O eucalipto no Brasil 
O eucalipto é a espécie florestal mais cultivada no Brasil, ocupando mais de 4,5 milhões de hectares. A espécie foi introduzida no país, em 1904 com objetivo de suprir as necessidades de lenha, postes e dormentes das estradas de ferro. Na década de 1950, passou a ser usado como matéria prima no abastecimento das fábricas de papel e celulose. É uma árvore de rápido crescimento e adaptada para as situações edafoclimáticas brasileiras, ou seja, a relação planta-solo-clima. A maioria dos plantios está concentrada na região Sudeste (56 % da área total). Naquela região, os plantios são voltados para o abastecimento de siderúrgicas e fábricas de celulose e papel, que não são somente grandes consumidoras, mas também fomentadoras do plantio. 
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