Além de crime e cruel violação dos direitos humanos, o abuso e exploração de crianças e adolescentes resulta em danos irreparáveis ao desenvolvimento físico, psíquico, social e moral das vítimas.
De acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, desde a criação do Disque Direitos Humanos (Disque 100), de maio de 2003 a dezembro de 2010, foram mais de 145 mil denúncias em todo o País.
Ano passado, o Disque 100 realizou no Brasil 242.921 atendimentos, desses, cerca de 40% eram denúncias. Em Rondônia os últimos dados fechados são de 2010, onde foram registradas 365 chamadas no canal de atendimento, desses, 261 são da Capital.
Lideram o ranking das chamadas os casos de violência física e negligência com 24%, seguidos por abuso sexual com 20%. Quase 60% das vítimas são do sexo feminino.
As vítimas são de idades variadas. Os abusos e absurdos contra inocentes registrados em 2010 vão desde crianças com menos de um ano, a adolescentes de 17. O maior índice foi registrado na faixa dos 12 anos, que corresponde a 10% das vítimas.
A maioria dos agressores são homens, o que corresponde a 51% dos casos, mas as mulheres, apesar do instinto materno, acabam cometendo atrocidades contra crianças. Elas correspondem na estatística a 47%. A maioria dos acusados tem idade entre 31 a 40 anos.
O país inteiro se mobiliza amanhã (18) em um ato nacional cujo objetivo é conscientizar a sociedade brasileira para o enfrentamento e combate à violência sexual infanto-juvenil. A data marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e foi instituída no ano de 2000, 27 anos após a morte da menina Aracelli Sanches, de oito anos, ocorrida na cidade de Vitória (ES). O corpo da menina foi encontrado somente seis dias depois, desconfigurado e com marcas de abuso sexual.
Ainda como consequências, as vítimas estão sujeitas à dependência de drogas, à gravidez precoce e indesejada, a distúrbios comportamentais e doenças sexualmente transmissíveis.
Denúncias de abuso contra crianças e adolescentes podem ser feitas através do Disque 100 ou do 190 da Polícia Militar.
O Disque 100 é um serviço gratuito e funciona 24 horas por dia. A identidade de quem denuncia é preservada.
A campanha
Em Rondônia a campanha conta com o empenho do governo de Rondônia, Ministério Público Estadual e de toda a imprensa local.
O Procurador Geral, Héverton Alves de Aguiar e a promotora de justiça da Infância, Tânia Garcia Santiago, explicaram que a intenção é formar uma parceria que tem por objetivo o fortalecimento da Rede de Combate a Exploração Sexual contra Criança e Adolescente em Rondônia, fazendo com que a sociedade civil organizada se envolva nesta tarefa que é de responsabilidade de todos. “Existe um ciclo onde o abusado de hoje é o abusador de amanhã, precisamos quebrá-lo”, afirmou o procurador.