CASO ROSANA - Suicídio não foi, aponta investigação da Homicídios

Para o delegado titular da delegacia de homicídios de Porto Velho, Herivelto Leal, que está à frente das investigações, está descartado o suicídio como causa da morte, mas também é cedo para afirmar se houve um acidente ou um homicídio.

CASO ROSANA -  Suicídio não foi, aponta investigação da Homicídios

Foto: Divulgação

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A morte da ex-doméstica, Rosana de Oliveira Lima Ramos, ocorrida no começo da noite desta quarta-feira, 20, está intrigando a opinião pública e preocupando os familiares da vítima. O motivo é a presença de inúmeros pontos escuros no caso. O fato aconteceu Residencial Florença, no segundo andar do apartamento de número 201, de propriedade de João do Vale.    
 Para o delegado titular da delegacia de homicídios de Porto Velho, Herivelto Leal, que está à frente das investigações, está descartado o suicídio como causa da morte, mas também é cedo para afirmar se houve um acidente ou um homicídio. Herivelto informou ainda que vai aguardar os resultados das investigações periciais, ouvir todos envolvidos, testemunhas, família da vítima, pedir cópias das filmagens de segurança interna o prédio entre outros quesitos que entender como importantes para o caso. O delegado deixou claro que o fato do nome do ex-delegado João do Vale estar ligado ao caso não vai influenciar em nada no rumo das investigações, pelo menos enquanto ele estiver no caso, mas também não vai criar um culpado apenas para satisfazer a opinião pública.    
 João do Vale é considerado a principal testemunha, já que segundo relato do Boletim de Ocorrência 11E1017000038, “(...) ele ao chegar deparou-se com a vítima dentro do apartamento assustada e ao indagar o motivo da violação, a mesma saiu em disparada se jogou de uma janela que fica no 2º andar.”     
A guarnição da Polícia Militar que atendeu a ocorrência levantou que, “(...) a vítima teria tido acesso no local por ser uma antiga funcionária do apt. 201 de propriedade da Srª D., que mora em apartamento em frente (ao do João do Vale) e que a vítima era funcionária antiga da mesma (Srª D.)”.     
Versão da família   
 Para os familiares está muito estranho o fato do convite feito pela ex-patroa para que Rosana fosse até lá conversarem. Um ponto importante neste caso é o fato de que a Srª D. teria ligado para os familiares perguntando notícias da Rosana, sendo que no horário desta provável ligação, Rosana já estaria morta e a família ainda não sabia de nada.    
 A família questiona por que as pessoas que conheciam Rosana não ligaram na hora do ocorrido e que somente ficaram sabendo da morte cerca de três ou quatro horas depois da queda e ainda através de um funcionário de uma determinada funerária, claro que na intenção de vender seus serviços.    
Sobre o possível furto que teria sido praticado por Rosana a família descarta totalmente. Defendem que a vítima era evangélica e não precisava disto, pois tinha uma vida saudável, era normal, tinha família, era mãe de duas crianças e vivia em paz com o marido. Durante os três anos que trabalhou no apartamento nunca teria se envolvido em nenhuma situação de crime e era conhecida de muitas pessoas no residencial.     
Os familiares dizem que não entendem a ligação dela com o provável furto de uma camisa masculina, jóia, relógio e meia feminina na bolsa dela, já que ela não era ladra. Também querem entender o que ela fazia no apartamento do vizinho da ex-patroa, João do Vale.     
O marido, irmãos, cunhadas de Rosana afirmaram que confiam no trabalho da delegacia de homicídios e esperam apoio da imprensa e do Ministério Público de Rondônia.
O outro lado    
 João do Vale foi convidado pelo delegado Herivelto para que comparecesse na manhã desta quinta-feira na especializada para conversarem sobre o assunto, mas do Vale ligou ao delegado informando que os peritos voltaram ao apartamento e que ele teve que acompanhar o trabalho e por isto não poderia ir à delegacia, mas que aguardaria ser convocado pelo delegado novamente.     
Um amigo de João do Vale contou que do Vale ou alguém da residência dele, teria deixado a porta da cozinha aberta facilitando assim o acesso de Rosana. Com uma faca ela teria arrombado a porta de um móvel, onde tem um cofre. Quando ele chegou em casa acompanhado de um amigo, viu um vulto passar de um aposento para outro, foi atrás e teria flagrado Rosana que ao chamar a atenção dela, esta saiu correndo e pulou, ou caiu, da sacada.     
A queda seria, segundo a versão não oficial de João do Vale relatada a este amigo, motivada pela carreira na tentativa de fugir ou Rosana tentou pular para outro estrutura um pouco abaixo da sacada e assim ganhar o acesso ao quintal do edifício, mas acabou perdendo o equilíbrio e caiu.
Dúvidas
 Até o momento as principais dúvidas apontadas pelos familiares e opinião pública são: como Rosana sabia da existência de um cofre no apartamento do vizinho se ela trabalhava para outra pessoa? O que pretendia com o furto de uma camisa masculina, uma meia feminina, um relógio, sendo que ela não tem histórico da prática deste e nem de outros crimes? Por que houve tanta demora para a comunicação do fato à família? O que queria a ex-patroa conversar com Rosana? Estas perguntas foram feitas pelo marido e irmãos da vítima na delegacia e na imprensa, cabe às investigações periciais e policiais encontrarem as respostas que venham a confirmar que Rosana realmente furtou e caiu na tentativa de fuga ou que ela foi vítima de um homicídio.
O JORNAL POLICIAL achou por bem omitir o nome da mulher que chamou Rosana para conversar, por se tratar de uma pessoa de cerca de 80 anos de idade e em nenhum momento até agora ter sido citada como suspeita no caso, apenas provável testemunha ou informante do ocorrido.
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