Hermínio, o devoto – Por Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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Li a resposta do deputado estadual José Hermínio Coelho (PT), na qual tenta desmentir conteúdo jornalístico, postado num site da capital, que teria reproduzido denúncia sua, feita do plenário da Assembléia Legislativa de Rondônia, contra a Igreja Católica.
Para tentar convencer os incautos de sua inocência e passar a imagem de devoto fervoroso, Hermínio começou e terminou sua nota citando capítulos e versículos da Bíblia. Conquanto não compartilhe do seu dia-a-dia, confesso que não conhecia esse lado beato do deputado petista.
Jean-Paul Sartre disse que “o inferno são os outros. Quando a casa está em chamas, é mais fácil jogar a culpa nas costas do vizinho do que procurar debelar o fogo, antes que ele atinja todas as dependências do imóvel.
Por isso, em vez de ficar procurando chifres em cabeça de cavalo, tentando justificar o injustificável, mais inteligente seria Hermínio reconhecer que exagerou na dose, que pisou na bola, enfim, que errou.
Afinal, deputado, errar é humano. E é na possibilidade do erro que está o traço distintivo fundamental entre o humano e o Divino. O reconhecimento do erro, contudo, mais que prova de humildade, é sinal de grandeza, à que nem todos estão acostumados.
E já que Hermínio se revelou um profundo conhecedor da Bíblia, sugiro que se debruce sobre a parábola do Fariseu e do Publicano. Está em Lucas 18: 9 -14, e conta que dois homens subiram ao Templo para rezar. Um era fariseu, o outro, era cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim no seu íntimo: Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, que são ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu faço jejum duas vezes por semana e dou o dízimo de toda a minha renda.
Enquanto isso, o cobrador de impostos, à distância, nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: "Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador (...). Moral da história, deputado: quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será exaltado.
Mateus 7, l diz “não julgueis, para que não sejais julgados. Os lábios do justo apascentam a muitos; mas os insensatos, por falta de entendimento, morrem. Provérbios 10, 21
“Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido. Provérbios 17, 28.
O problema de Hermínio é que ele fala pelos cotovelos. “E quem conversa demais dá bom dia a cavalo, deputado”.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!