A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-FECOMÉRCIO/RO, em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio-CNC, realizou a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) das famílias de Porto Velho do mês de maio em que, pelo segundo mês consecutivo, voltou a cair saindo de 134,6 pontos para 131,4 pontos, ou seja, uma queda menor que a de abril de apenas -2,7%. Dos 7 itens que compõem o índice pesquisados apenas três apresentaram queda sendo que a Perspectiva Profissional com -16,9% e o Emprego Atual -9,9 foram os mais afetados em razão dos recentes episódios que redundaram na paralisação das obras das usinas do Madeira por algum tempo com a dispensa de muitos trabalhadores.
Para o presidente da Fecomércio/RO, Raniery Araújo Coelho, não resta a menor dúvida de que a Pesquisa de Intenção de Consumo de Porto Velho reflete com fidelidade o fato de que os acontecimentos de Jirau, com a depredação das instalações e as conseqüências posteriores, estão patentes no desempenho da intenção de consumo de abril e maio num momento em que a economia parecia que iria reaquecer. Ainda assim a intenção de consumo das famílias de Porto Velho se encontra 1,1% acima da intenção nacional que foi, em maio, de 129,9 pontos, quando o índice alcançou seu patamar mais baixo desde o início do levantamento, em janeiro de 2010. Para Raniery a intenção de consumo também foi afetada pelas medidas adotadas pelo governo em relação à inflação, em especial as relativas ao crédito, porém, adota uma visão otimista levando em conta uma possível melhora de acesso ao crédito e o momento bom para duráveis que, no seu entender “Podem levar a uma melhora do consumo no segundo semestre de 2011
INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS- Porto Velho-
Maio de 2011
INDICE
|
MARÇO
|
ABRIL
|
MAIO
|
VARIAÇÃO %
|
INTENÇÃO DE CONSUMO
DAS FAMÍLIAS
|
141,2
|
134,6
|
131,4
|
-2,3
|
Emprego Atual
|
149,9
|
145,5
|
131,0
|
-9,9
|
Perspectiva Profissional
|
160,0
|
158,3
|
131,6
|
-16,9
|
Renda Atual
|
147,3
|
138,3
|
140,2
|
1,3
|
Acesso à Credito
|
133,4
|
123,3
|
131,4
|
6,6
|
Nível de Consumo Atual
|
107,8
|
101,6
|
97,0
|
-4,5
|
Perspectiva de Consumo
|
166,2
|
158,3
|
159,4
|
0,7
|
Momento para Duráveis
|
123,7
|
116,8
|
129,4
|
10,8
|
Fonte: CNC/Fecomércio-Pesquisa Direta
Emprego Atual
A queda de -9,9% no nível de emprego atual que caiu de 145,5 pontos, em abril, para os 131,0 pontos de maio revela que a dispensa dos trabalhadores das usinas afetou substancialmente os empregos locais e na segurança do emprego em especial do corte dos trabalhadores de renda abaixo de 10 salários mínimos. Contudo é preciso ressaltar que, apesar da queda do nível de emprego atual, 62,6% dos entrevistados possuem uma visão positiva sobre o futuro profissional nos próximos seis meses.
Acesso ao crédito melhora
O acesso ao crédito depois de uma queda de -7,6% em abril, como resultado das medidas tomadas pelo governo, volta a ter um crescimento de 6,6% positivo com 54, 6% das famílias considerando que o crédito está mais fácil do que no passado sem diferenças significativas entre as faixas de rendas. Embora o crédito esteja mais fácil há uma precaução em relação à sua tomada seja pelos custos mais elevados seja pelo endividamento das famílias.
O Nível de Consumo Atual
O nível atual de consumo que teve uma queda de -5,8% em abril continuou caindo mais ainda (-4,5%) o que se deve sem dúvida as incertezas oriundas da economia. É o corte de renda de mais de dez salários mínimos que foi mais afetado com as dispensas acontecidas nas usinas do Madeira, de vez que 36,7 % das famílias consideram que estão consumindo menos do que no passado e, pela primeira vez, os que consideram que estão consumindo menos (30,6%) possuem mais significância do que os que acreditam que estão consumindo mais (27,65). Também este indicador com 97,0 pontos é entre os itens o único que está negativo, abaixo dos 100 pontos, portanto.
Perspectiva de consumo e momento para duráveis
A Perspectiva de Consumo que, em abril , caiu -5,6% saindo para 158,3 pontos voltou a subir levemente, em maio, para 159,4 pontos o que reflete o fato de que as famílias que mantiveram seus empregos continuam otimistas sobre o futuro. Já o Momento para Duráveis teve um notável crescimento de 116,8, em abril, para os atuais 129,4 pontos de maio, ou seja, um crescimento de 10,8% o que parece refletir aspectos particulares da economia local como a percepção de 69% das famílias de que suas perspectivas de consumo são maiores no futuro, bem como o melhor acesso ao crédito mesmo com taxas mais elevadas. O fato é que, com todos os problemas, 56,8% das famílias acreditam que este é um bom momento para o consumo de duráveis.
Sobre o ICF
Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomércio/RO, realizou a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias de Porto Velho (ICF-Rondônia) relativa ao mês de maio que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio. Os resultados do ICF são avaliados sob dois ângulos. O primeiro é o grau de satisfação e insatisfação dos consumidores. O índice abaixo de 100 pontos indica uma percepção de insatisfação, enquanto acima de 100 (com limite de 200 pontos) indica o grau de satisfação em termos de seu emprego, renda e capacidade de consumo. O segundo ângulo é o da tendência do grau de satisfação e insatisfação, por meio das variações mensais do ICF total. O ICF é composto por sete itens. Quatro deles – emprego atual, renda atual, compra a prazo e nível de consumo atual - comparam a expectativa do consumidor em relação a igual período do ano passado. Os demais itens referem-se a perspectivas de melhoria profissional para os próximos seis meses, expectativas de consumo para os próximos três meses e avaliação do momento atual quanto à aquisição de bens duráveis. As informações são obtidas a partir de 500 questionários aplicados em Porto Velho.