Durante entrevista a uma emissora de televisão da capital, o governador eleito Confúcio Moura, garantiu que ficha suja não terá vez na sua equipe de colaboradores. Resta saber se a medida valerá para todos os escalões da administração ou se atingirá apenas o pessoal da raia miúda.
Se, realmente, Confúcio levar adiante sua decisão e não curvar-se às pressões políticas de aliados e correligionários, seguindo os caminhos retos da lei e do direito, estará ele não somente escrevendo uma página inédita, como, também, marcando a sua biografia e dando novos rumos à vida estadual.
Infelizmente, os acordos político-partidários, aqui e alhures, não levam em consideração os verdadeiros interesses da sociedade e sempre envolvem ou terminam em cambalachos, arquitetados, ordinariamente, em gabinetes, onde a ética e o espírito público não ecoam.
A palavra acordo político, hoje, virou sinônimo de bandalheira, quase sempre voltada para salvar as aparências e contentar a avidez onírica de aliados e apaniguados.
É comum, no Brasil, políticos vestirem a indumentária de Catão, pregando a moralização do país, mas, na prática, a realidade é completamente diferente do discurso oficial. Não é à-toa que muitos deles não merecem o apoio popular pela sua vida pregressa. No fundo, seus argumentos éticos são tirados ao sabor de suas conveniências pessoais.
O pior é que, no final, tudo acaba se ajeitando, num conluio de compadres e a sociedade permanece na sua santa ignorância do que se passa nos bastidores da vida pública.
Até onde o governador Confúcio Moura resistirá às machas e contra marchas e as pressões políticas para fazê-lo desistir de sua idéia, isso só o tempo dirá, embora a sua decisão soe como melodia agradável aos ouvidos da sociedade.
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