ALERTA - Rio Madeira seca, balsa encontra dificuldades para travessia, Acre pode ficar isolado - Fotos e Vídeo
De acordo com moradores da região, o verão amazônico está muito forte, com uma das maiores secas já registradas nos últimos dez anos. Um caminhão está ficando até 12 horas no aguarde para a travessia da balsa. A fila já chega a dois quilômetros e o clima
Caminhoneiros indignados numa fila quilométrica, passageiros de ônibus esperando sob o sol escaldante da Amazônia , um Estado brasileiro à beira de um possível colapso de abastecimento de produtos essenciais. Este é o cenário provocado pela baixa do rio Madeira na fronteira do Brasil com a Bolívia. O local fica distante cerca de 250 km de Porto Velho, capital de Rondônia. O "Madeirão" está com diversos bancos de areia e complica a travessia da balsa que liga o Estado do Acre com o restante do Brasil. Já foram registrados diversos encalhes em bancos de areia, com até 5 horas de trabalho para retirar veiculos e passageiros do meio do rio.
De acordo com moradores da região, o verão amazônico está muito forte, com uma das maiores secas já registradas nos últimos dez anos. Um caminhão está ficando até 12 horas no aguarde para a travessia. A fila já chega a dois quilômetros e o clima está tenso entre usuários do serviço, sendo registrados diversos atritos entre motoristas, alguns chegando quase às vias de fato.
A Policia Rodoviária Federal está no local, coordenando o tráfego e apaziguando os ânimos. De acordo com o inspetor Ribeiro, existe a real possibilidade da travessia da balsa sofrer uma parada total, deixando o Estado do Acre sem combustível e gêneros alimentícios. “O rio está baixando cerca de 10 centímetros por dia. A cada dez dias, um metro. Se persistir esta proporção, em breve o trânsito deve ser interrompido por completo na BR 364” alerta o inspetor federal. A balsa está subindo o rio cerca de 500 metros margeando e buscando novos canais de navegação.
Logo acima, na margem que pertence á Bolívia, dragas de garimpo de ouro estão trabalhando a todo vapor, assoreando ainda mais o canal de travessia. Apesar das dragas ostentarem bandeira boliviana, a informação é de que pertence a brasileiros que fazem um “acerto” com autoridades do país vizinho para operarem no local.
A empresa que tem a licença para operar na travessia de veículos, a Rodonave Navegações está colocando mais uma balsa para tentar melhorar o tempo de travessia. Também está construindo um novo porto para ficar mais próximo do canal atualmente navegável. O valor cobrado para a travessia é motivo de revolta. Um caminhão modelo Bi-trem paga R$120,00. Um pedestre paga R$1,20. Para atravessar uma Kombi nos cerca de 800 metros do Rio Madeira paga-se R$17,50, valor maior que muito pedágio do sul e sudeste.
A propalada ponte que seria a redenção da região continua só na promessa, com diversos embargos judiciais patrocinados por empresários que tem interesse na continuidade da prestação do serviço. A situação é complexa e as autoridades devem com urgência tomar medidas que possam amenizar o problema, sob pena de até o final da temporada de seca na região, a travessia para o Acre fique completamente comprometida.