Acirra-se a briga por uma vaga na Assembléia Legislativa de Rondônia. A campanha está nas caixas de correspondências, entupidas de propaganda eleitoral, nas reuniões diurnas e noturnas, e, principalmente, nos carrões de circulam pelas ruas da capital.
Chega a ser acintoso o derrame de dinheiro. É impressionante a quantidade de veículos carregando a propaganda de certos candidatos. Se isso ganhasse eleição, muitos já estariam com os pés dentro da ALE.
Esse negócio de campanha pés descalços é coisa fora de modo. Às favas o socialismo. Hoje, são comitês sofisticados, com dezenas de cabos eleitorais, carros de som, postados em pontos estratégicos da cidade ou circulando pelas ruas, além de carrões adesivados. Mas, como, no final, quem decide é o eleitor, não custa nada esperar.
Entretanto, uma pergunta não quer calar-se: de onde vem toda essa dinheirama? Do salário acumulado, com o suor do próprio rosto, como manda a Bíblia, ou das negociatas e dos conchavos de gabinetes? E mais: uma vez eleito, donde sairia tanto dinheiro para cobrir essas despesas?
Debruce-se sobre essas questões, eleitor, e reflita. Estaria o candidato de sua preferência entre os contumazes esbanjadores? Se eleito fosse, esse político teria compromisso com os interesses da população ou dedicaria seu mandato à defesa intransigente de privilégios imorais para si e seus apaniguados?
Durante a campanha, muitos condenam a corrupção, as desigualdades sociais, declararam-se ambientalistas de carteirinha, dizem que vão lutar pelos interesses dos mais desvalidos, por salários justos e condições dignas de trabalho para os servidores públicos, que jamais se curvarão às ordens, caprichos e devaneios do dirigente de plantão, dentre outras baboseiras do gênero. Depois, vem a decepção. Aí, então, não adianta chorar o leite derramado.
Por isso, cabe ao eleitor ficar atento ao que é dito nas reuniões, nos palanques e programas eleitorais, para não cair na lábia de farsantes, que se dizem comprometidos com as legítimas aspirações da sociedade, mas que, na verdade, buscam o poder para satisfazerem interesses pessoais e de grupos. Depois, vêm às fazendas, os carros importados, as viagens para o exterior e muita grana depositada em paraísos fiscais.