Não é de hoje, que o usuário de transporte coletivo de Porto Velho vem reclamando dos péssimos serviços prestados pelas empresas do ramo, mas parece que a Secretária Municipal de Transportes e Trânsito (SEMTRAN), Fernanda Moreira, e o prefeito do município, Roberto Sobrinho (PT), firmaram, entre si, um pacto irracional para se mostrarem surdos e mudos aos clamores da população.
Diariamente, dezenas e dezenas de pessoas (homens, mulheres, idosos, jovens e crianças) são compelidas a mofarem nas paradas, durante uma, duas e até três horas, a espera de uma condução para irem ao trabalho, à escola ou mesmo aos poucos locais de lazer que há na cidade. E o pior é que, quando o ônibus aparece, normalmente vem lotado, com passageiros saindo pelo ladrão.
Durante a campanha eleitoral para a prefeitura da capital, o candidato Roberto Sobrinho prometeu abrir concorrência pública para o transporte coletivo, sepultando, assim, o monopólio, mas, depois que se sentou na principal cadeira do palácio Tancredo Neves, mudou de idéia, fechou-se em casulo, deixando a população entregue à própria sorte.
Há vários meses, tramita, na Câmara de Vereadores de Porto Velho, uma proposta de Emenda à Lei Orgânica, de autoria do petista e presidente da Casa, José Hermínio Coelho, acabando com o consórcio. Até o momento, porém, não se sabe os motivos pelos quais a matéria ainda não foi apreciada pelo plenário. Enquanto isso, o usuário continua andando em calhambeques, caindo aos pedaços e pifando no meio do caminho, mais apertado do que sardinha em lata.
Em vez de colocarem mais ônibus nas linhas para atender dignamente a população, como sempre prometem antes de qualquer reajuste tarifário, as empresas simplesmente retiraram parte dos veículos, para transportar empregados das usinas hidrelétricas. Isso é um absurdo! Uma tremenda falta de respeito para com o usuário que depende desse meio de locomoção.
Infelizmente, ninguém faz nada para resolver o problema do transporte coletivo de Porto Velho, nem a secretária da SEMTRAN, nem o prefeito Sobrinho.
Afinal, nem eles, nem seus filhos dependem de ônibus. Então, se preocupar, para quê? Que se dane o usuário! Se não quiser esperar, pois, então, que vá a pé, de bicicleta ou de moto táxi. Depois, quando a população, revoltada, começar a atear fogo em ônibus, não venham reclamar.