O que pode pensar um cidadão que vive em uma cidade onde os gestores começam um trabalho, porém sem motivo nenhum param, e nunca mais voltam ao local, deixando transtorno e duvidas de como foi utilizado o dinheiro público dessa obra?
Abandono! Esse é o sentimento que moradores do bairro Areal da Floresta estão sentido.
Há aproximadamente dez meses atrás uma placa foi erguida em vários pontos do bairro indicando o inicio de uma obra que realizaria drenagem e pavimentação em diversas ruas do Areal da Floresta, o valor investido foi de R$ 3.177.770,048 (Três milhões, Cento e setenta e sete mil, Setecentos e setenta reais e Quarenta e oito centavos), o prazo de conclusão da obra era de sete meses, os trabalhos começaram em julho de 2009.
O mais interessante é que ao analisarmos a placa percebemos que a empresa contratada para realizar o projeto é a BH construtora, de propriedade do ex-secretário da SEMOB (Secretaria Municipal de Obras), Edson Silveira, porém as estranhas coincidências não param por ai, pois o responsável técnico pelo projeto é o ex-secretário adjunto da SEMOB, Euclides dos Santos Brasil, ambos trabalharam juntos na primeira gestão do prefeito Roberto Sobrinho.
Nesta quinta-feira (15), a equipe de jornalismo do RONDONIAOVIVO.COM visitou o bairro Areal da Floresta para verificar as condições dele após esse investimento significativo, porém a cena encontrada foi completamente deprimente, ruas que de acordo com o que estava informado na placa deveriam estar asfaltadas, foram encontradas totalmente tomadas pela lama, moradores aflitos com a epidemia de dengue que assolou o bairro, e o pior, muito lixo e esgotos a céu aberto.
De acordo com Antonio Mourão da Silva, morador do bairro há mais de 10 anos, ele nunca viu nenhum vestígio de tal investimento no
local.
“Pelo menos na minha rua até agora não vi nada de investimento, quando chove muitas vezes não conseguimos nem colocar o carro na garagem de casa de tanta lama empoçada, isso atrapalha os moradores e os comerciantes locais, eu gostaria de saber onde foi o local que investiram esses mais de três milhões”, afirmou Antonio Mourão da Silva.
Prejuízo, tanto físico e financeiro, é o que mais reclamam os moradores e comerciantes do bairro, pois em época de chuva carros atolam e a dengue toma conta, quando chega o verão a buraqueira nas ruas quebra os veículos e a poeira leva os moradores, principalmente crianças e idosos, aos postos de saúde da capital com sérios problemas respiratórios.
“Como pode um dos bairros mais antigos da cidade ficar nessa situação de abandono? E o pior, como pode um volume de dinheiro enorme como esse investido não trazer nenhum beneficio para nós moradores? Gostaria muito de saber”, disse Antonio Mourão da Silva.
Fatos como esses já se tornaram comuns em Porto Velho, como já foi relatado em varias oportunidades pelo jornal RONDONIAOVIVO, placas da prefeitura levantadas há mais de dois anos em vários pontos de Porto Velho, porém as obras que elas informam nunca foram concluídas, moradores desiludidos e sem nenhuma perspectiva de mudança, essa é a cena que vive uma grande parcela da comunidade da capital do estado de Rondônia.
Confira Fotos: