Famílias despejadas de conjunto habitacional abandonado pela Prefeitura negam que tenham recebido ajuda da SEMUR

Liderança da comunidade ressaltou que seria uma alegação falsa da SEMUR (Secretaria Municipal de Regularização Fundiária) de que havia sido oferecido um terreno para os moradores expulsos no loteamento Airton Senna.

Famílias despejadas de conjunto habitacional abandonado pela Prefeitura negam que tenham recebido ajuda da SEMUR

Foto: Divulgação

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“Já estamos há quase um mês aqui nesse ginásio, não temos escolha e nem opção de ir para outro lugar. Eu me sinto uma pessoa esquecida e abandonada por quem devia me representar”, essas são as palavras de uma dos muitos chefes de famílias que estão morando há mais de duas semanas no ginásio “Duduzão” após serem expulsos das residências onde moravam em processo de reintegração de posse movido pela prefeitura de Porto Velho.
 
Essas famílias invadiram um condomínio que estava com as obras paralisadas há mais de um ano pela prefeitura, essa situação foi relatada em uma matéria anterior no RONDONIAOVIVO.COM.
 
Porém o fato que mais chama atenção agora é o total esquecimento dessas pessoas, pois de acordo com os moradores eles foram alojados temporariamente no ginásio e desse dia em diante nunca mais tiveram nenhuma presença de algum gestor municipal para dar uma solução para eles.
 
“Estamos totalmente perdidos, sem saber o que fazer, a nossa situação é de total decepção com o poder público”, afirmou uma moradora do local.
 
As crianças que estão no local além de ficarem expostas ao perigo de morar em barracas armadas dentro de um ginásio, estão perdendo o início do período letivo, fato que fere o estatuto da criança e do adolescente.
 
“Como vamos matricular nossos filhos se não temos nem residência fixa, somos desabrigados, fomos expulsos de onde morávamos, estamos aqui jogados, nossa dignidade está se perdendo a cada dia que acordamos nessa situação”, disse a moradora.
 
SEMUR
 
Durante a elaboração da matéria uma moradora indignada levantou uma questão que segundo ela seria uma alegação falsa da SEMUR (Secretaria Municipal de Regularização Fundiária) de que havia sido oferecido um terreno para os moradores expulsos no loteamento Airton Senna e que eles haviam recusado a proposta.
 
“Isso é uma mentira descabida, nunca foi oferecido nenhum terreno para a gente, se isso tivesse acontecido nos teríamos aceitado, se quiserem oferecer hoje nós aceitamos, queremos um local para viver em paz e poder ter a dignidade de educar nossos filhos”, disse a moradora.
 
Essa alegação da moradora foi verificada pela equipe de reportagem do RONDONIAOVIVO que encontrou uma matéria publicada no dia 21 de janeiro de 2010, no portal da prefeitura onde diz que a Diretora do departamento de Habitação da SEMUR, Solange Carvalho, havia oferecido um assentamento para essas famílias no loteamento Airton Senna, porém a sugestão havia sido rejeitada, não havendo outra saída a não ser o pedido de reintegração de posse judicial.
 
A reportagem tentou entrar em contato com a SEMUR, porém não foi possível falar com Solange Carvalho, pois foi informada que ela não estava no momento.
 
“Somos cidadãos e merecemos respeito, e acima de tudo isso somos seres humanos, e o que a prefeitura está fazendo com nosso povo é de uma crueldade sem tamanho, queremos sim entrar em um acordo, queremos sim uma moradia”, concluiu Vanderlei, líder comunitário.
Direito ao esquecimento

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