No silêncio da noite adormecida
O vento manso não para de soprar
Sobre os corpos, chuva para molhar
Sobre o chão, a alma pura esquecida
O sangue brota da quase morta ferida
Quanta dor, quanta arte, quanta gente
Por entre os trilhos plantaram uma semente
Que nem o tempo jamais conseguiu vencer
O dormente dorme para nunca mais morrer
A história vive sob a ordem negligente.
Ouço o eco do cemitério eclodir
De um povo pedindo justiça a Deus
Remanescentes, agora os filhos seus
Não vão deixar o patrimônio partir
Porque querem a história destruir?
Amemos como a AMA sabe amar
Defendemos, levantemos, vamos lutar
Não nos entreguemos ás garras do demônio
Defendamos com amor o patrimônio
E não deixemos ninguém lhe assassinar.
Candelária, três marias, nossa imagem
Dimensão ontológica iniludível
Porto Velho, a filha mais aprazível
Várias línguas adoçaram tua linguagem
Trilhos e dormentes enfeitam tua paisagem
A serraria da 11 nunca morreu
A estrada vive! A AMA não te esqueceu!
O instituto da vida somos nós
História, arte, cultura e voz
E neste jogo o povo nunca perdeu.