O segurança Felipe Pradella, suspeito de ser o mentor do vazamento da prova do Enem, prestou depoimento nesta segunda-feira à Polícia Federal e, segundo o advogado Luiz Vicente Bezinelli, que defende Luciano Rodrigues, outro suspeito de envolvimento no caso, admitiu ter furtado da esteira de impressão as cópias das provas para, então, tentar vendê-las ao jornal O Estado de S. Paulo.
O Enem, que deveria ter sido aplicado no domingo, foi adiado depois que o jornal denunciou o vazamento da prova ao Ministério da Educação, na madrugada de quinta-feira.
Ainda segundo o advogado, Pradella disse que outras duas pessoas estão envolvidas no crime - elas já estão na sede da PF para prestar depoimento. Bezinelli também informou que o segurança já foi indiciado pelos crimes de vazamento de documento oficial e peculato. O advogado não sabe, porém, se ele ficará preso, já que se apresentou espontaneamente à polícia e se mostrou disposto a colaborar.
O advogado disse que não assistiu ao depoimento de Pradella, mas que ele lhe foi passado pela delegada responsável pelo caso. O cliente de Bezinelli, Luciano Rodrigues, é dono de uma pizzaria nos Jardins e afirma ter sido procurado por Pradella e pelo DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid, que buscavam contatos na imprensa para tentar vender a prova furtada. Rodrigues afirma que foi procurado porque já trabalhou como publicitário para veículos de comunicação.
Rodrigues e Craid prestaram depoimento no último sábado, foram indiciados e liberados. Segundo Bezinelli, Pradella disse à PF que roubou as provas em meados de agosto e, no início, tentou vendê-las a estudantes. Ao perceber que isso lhe renderia pouco dinheiro, o segurança foi aconselhado a vender as provas para algum veículo de comunicação. Além de ter oferecido as provas ao O Estado de S. Paulo, Pradella as ofereceu também à Folha de S. Paulo.