Enquanto administrações municipais país afora vêm reduzindo, drasticamente, suas estruturas de poder, na capital portovelhense, o prefeito Roberto Sobrinho (PT) insiste em fazer o processo inverso.
Recentemente, Sobrinho deu uma calibrada nas estruturas das secretárias municipais de educação e agricultura, visando criar espaços necessários a cooptação de forças políticas.
Alguém sabe, por exemplo, para que servem as secretárias municipais extraordinária de programas especiais e a de desenvolvimento socioeconômico e turismo? Não? Nem eu. Na prática, são dois monstrengos administrativos, cabides de emprego, destinados a saciar o apetite voraz de apaniguados e cabos eleitorais. Apenas isso. Nada mais que isso.
Enquanto o prefeito dilata a estrutura da máquina oficial, para acomodar os seus e os dos outros, milhares de servidores municipais vivem na mais completa inanição, andando na corda bamba sem serem malabaristas.
Há, contudo, outras inutilidades, na estrutura da prefeitura, como a secretaria municipal de transportes e trânsito, comandada, a trancos e barrancos, pela senhora Fernanda Moreira, cuja permanência à frente da pasta vem suscitando criticas ácidas, inclusive, por parte de pessoas do próprio partido de Sobrinho, que não veem nela qualidades inerentes para ocupar o cargo.
Na última terça-feira, Fernanda participou de uma audiência pública, realizada no plenário da Câmara Municipal, a pedido do vereador Eduardo Carlos, para discutir os problemas causados pela construção de viadutos em trechos da BR-364.
Na ausência de coisas concretas para mostrar, a secretaria limitou-se a repetir a mesma cantilena enfadonha das vezes anteriores em que compareceu àquela Casa, para tentar justificar, por exemplo, o caos que impera no sistema de transporte coletivo e os números que colocam a capital no ranking das cidades mais violentas no trânsito.
A ida de Fernanda à Câmara, como de resto, foi um desastre. Acabou sendo alfinetada pela vereadora Ellis Regina e, por pouco, não foi torpedeada pelo vereador Marcelo Reis, que parece dispor de munição de grosso calibre, capaz de transformar em ruínas o prédio da SEMTRAN.
No fundo, Fernanda é um dos calcanhares-de-aquiles do prefeito Sobrinho e a pedra no sapato dos usuários de ônibus, que não mais agüentam tanta incompetência. De duas uma: ou Sobrinho não gosta de gente ou, então, não quer enxergar o óbvio ululante. Prefere insistir na sua política nefasta de intumescer a folha de pagamento com comissionados e diretorias inúteis e deixar o funcionalismo de pires na mão.
Filiação
A recente filiação do Presidente da Associação dos Cornos de Rondônia (ASCRON), Pedro Soares, ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), cuja ficha foi abonada pelo presidente do diretório regional do partido, empresário Acir Gurgcz, foi destaque nos principais jornais eletrônicos da capital, superando, inclusive, a solenidade de entrega de um titulo de cidadão honorário de Porto Velho a um conhecido advogado da capital.
Soares ficou tão empolgado com a repercussão, que já pensa em lançar-se candidato a uma vaga de deputado federal. E pergunta: “se os cariocas elegeram o ex-xavante Mário Juruna (falecido), para deputado federal, por que os cornos de Rondônia não podem ter o seu representante naquela Casa?”.