CPI do Leite - Falta de apoio ao pequeno laticínio provoca estagnação ou falência do setor

CPI do Leite - Falta de apoio ao pequeno laticínio provoca estagnação ou falência do setor

CPI do Leite - Falta de apoio ao pequeno laticínio provoca estagnação ou falência do setor

Foto: Divulgação

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que averigua a cadeia produtiva leiteira em Rondônia começou a ouvir nesta terça-feira (14), pela manhã, no Plenarinho da Assembléia Legislativa do Estado, empresários de pequenos laticínios. Compareceram para falar aos deputados Jesualdo Pires (PSB), presidente da CPI; Ribamar Araújo (PT), vice-presidente e Luiz Cláudio (PTN), os representantes do “Iogurte da Amazônia Indústria e Comércio Ltda, Augusto Bellon de Ji-Paraná; do “Laticínio Paraíso Ltda”, Josemar Geraldo Moura, localizado em Guajará-Mirim e Carmem Lúcia F. da Silva da “Vitalli Indústria e Comércio Ltda”, de Teixeirópolis. No próximo dia 28 de março, a partir das 10h, os deputados deverão ouvir os depoimentos de mais sete pequenos laticínios.

Eles foram unânimes em reclamar da falta de crédito para investimentos para o pequeno empresário, das dificuldades de comercialização com a interferência de atravessadores, da baixa qualidade do leite entregue para industrialização, da drástica e devastadora fiscalização, das precárias condições das estradas para o transporte do produto e da concorrência desleal provocada pelas “indústrias de fundo de quintal”.            

Dificuldades

Em declaração dramática à CPI, Josemar Geraldo Moura, do “Laticínio Paraíso” relatou as inúmeras dificuldades pelas quais passou até ser obrigado a fechar sua pequena indústria. Sua indústria láctea empregava 8 funcionários e comprava a matéria-prima de 78 pequenos produtores rurais. Há 32 anos em Rondônia, ex-funcionário público acreditou que a produção leiteira poderia lhe dar um negócio digno para o sustento da família. Começou produzindo o leite e posteriormente montou o pequeno laticínio. Sempre pagando preço diferenciado a maior a fim de garantir a matéria-prima para a produção de queijos e iogurtes, Josemar foi, já no início de seu estabelecimento, humilhado pela fiscalização que fazia exigências despropositadas. Os preços para comercialização também não ajudaram a obter lucro e o desfecho foi o fechamento do laticínio. Com relação à comercialização do leite tipo “C”, envasado em sacos plásticos, Josemar também apontou para a pequena validade do produto, que o inviabiliza no mercado consumidor. 

Os parlamentares vão solicitar um estudo a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Social e a Secretaria de Estado da Agricultura sobre a produção leiteira da região.
 

O representante do “Iogurte da Amazônia” disse que os lacticínios maiores entram na concorrência e sempre levam vantagem, mesmo quando os pequenos pagam mais caro o litro do leite ao produtor. A venda ao comércio varejistas dos seus produtos é feita por meio de atacadistas em praticamente todos os pontos do Estado.   Prometendo enviar as informações oficiais de comercialização posteriormente à CPI, ele também considera a concorrência desleal.

Carmem Lúcia F. da Silva, do “Vitalli”, há 5 anos na região de Teixeirópolis, disse que enfrentou vários problemas para instalar seu negócio. Até mesmo a discriminação de gênero, em um ramo em que a presença feminina não é comum. Estabelecida com sociedade, encontrava naquela época bons preços de exportação para queijos no mercado em Manaus (AM). A realidade atual, entretanto, é outra, devido a grande oferta dos produtos e a preços competitivos pelos grandes laticínios. Para Carmem Lúcia a questão da qualidade do leite também é crucial. Um número significativo de produtores ainda não se preocupa em entregar à indústria, leite que passem sem problemas pelas análises. O acondicionamento do leite armazenado em latões ou tanques de resfriamento também não está apresentando diferencial no preço de compra. Para ela a fiscalização não considera as dificuldades que os empresários enfrentam para manter seus equipamentos. A inspeção deveria fazer primeira uma verificação preventiva para somente depois autuar com infrações. Contraditoriamente as indústrias de fundo de quintal proliferam e fazem a concorrência desleal. Os custos de produção são altos e muitas das vezes, inviabilizam a diversificação da oferta de produtos ao mercado. Um exemplo é a fabricação do doce de leite. Importados de outros estados chegam a Rondônia com um preço menor ao público consumidor. A falta de capital de giro é outra dura realidade que coloca obstáculos para a manutenção dos seus sistemas de produção.

Conseleite

Os três parlamentares presentes na reunião de hoje reforçaram a importância de adesão dos pequenos laticínios ao Conselho Estadual do Leite (Conseleite), organismo criado em dezembro do ano passado pelo governo estadual na Câmara Setorial do Leite da Secretaria de Estado da Agricultura por sugestão direta da CPI. Á semelhança de conselho já existente no Estado do Paraná há 7 anos, o Conseleite em Rondônia vai balizar o preço do produto nas diversas esferas da cadeia produtiva. Segundo os parlamentares, o Cosenleite trará a vantagem de apurar e demonstrar as tendências e servirá como referência do preço do produto no mercado, sanando o conflito e equilibrando preços, especialmente, entre os produtores e os laticínios.   

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