Embrapa e Idaron monitoram doenças da banana em Rondônia - Foto

Embrapa e Idaron monitoram doenças da banana em Rondônia - Foto

Embrapa e Idaron monitoram doenças da banana em Rondônia - Foto

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Pseudocaules de bananeira com sintomas do moko-da-bananeira

Ela é a fruta mais vendida no mundo, tem o Brasil como terceiro maior produtor e é cultivada em mais de uma centena de países. Mas, até chegar no consumidor, a banana esteve sujeita a mais de 20 doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides, que em alguns casos causam a perda de toda a plantação. Uma parceria da Embrapa com a Agência de Defesa Silvipastoril de Rondônia (Idaron) tem permitido que as doenças da bananeira no estado amazônico sejam identificadas, mapeadas e monitoradas. É um passo importante para a redução dos prejuízos e o aumento de produtividade.
 
Os trabalhos começaram em 2004. Técnicos da Idaron percorrem o Estado e recolhem amostras de plantas com sintomas de doença. Os materiais são devidamente acondicionados e encaminhados ao Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Rondônia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
 
A partir daí, começa o trabalho de identificação do patógeno, o causador da doença. O primeiro passo é a limpeza do material, para a retirada de microorganismos da parte externa, que possivelmente não são os reais causadores da doença. Em seguida, as amostras são colocadas em meio de cultura para que fungos e bactérias se desenvolvam, facilitando a identificação.
 
Os resultados obtidos em cinco anos de monitoramento mostram que, apesar de estar sujeita a mais de duas dezenas de doenças, a cultura da banana em Rondônia é afetada principalmente por três delas: sigatoka-negra, mal-do-panamá e moko-da-bananeira. Juntas, elas são apontadas pelos pesquisadores como as principais responsáveis pela baixa produtividade média anual do Estado, que é de 8,4 toneladas por hectare, consideravelmente inferior à média nacional, 14 t/ha/ano.
 
Fungos e bactérias
 
De acordo com o pesquisador Cléberson de Freitas Fernandes, da Embrapa Rondônia, a principal doença da bananicultura no Estado é a sigatoka-negra. Mas isso não é exclusividade de Rondônia. Desde que foi descoberta, em 1963, no distrito de Sigatoka, nas Ilhas Fiji, a doença se transformou na mais grave ameaça mundial à cultura da banana. Em Rondônia, foi identificada pela primeira vez há dez anos, no município de Porto Velho.
 
Causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis (fase sexuada) e Paracercospora fijiensis (fase anamórfica), a sigatoka-negra ataca as folhas da bananeira. Os primeiros sintomas aparecem na face inferior da folha, como estrias de cor marrom, que evoluem para a cor preta. Provoca rápida destruição da folha, reduzindo a capacidade fotossintética e a produtividade da planta.
 
O mapa da ocorrência de sigatoka-negra em Rondônia mostra um aumento progressivo do número de municípios atingidos. Em 2004, a doença foi identificada em nove municípios. No ano seguinte, outros sete foram marcados no mapa. Atualmente, dos 26 municípios monitorados, apenas cinco não apresentaram amostras contaminadas.
 
Outra doença que chamou a atenção dos pesquisadores pelo aumento do número de municípios afetados foi o moko-da-bananeira. Causada por uma bactéria, a doença é crítica pelo alto poder de destruição e pela ausência de remédios ou de variedades resistentes ou tolerantes. De acordo com o pesquisador José Roberto Vieira Júnior, da Embrapa Rondônia, no primeiro ano de estudo, a doença foi identificada apenas em Governador Jorge Teixeira e Alvorada do Oeste. Atualmente, foi comprovada a ocorrência em 14 municípios.
 
Os pesquisadores ainda não sabem se o aumento no número de municípios atingidos é resultado da disseminação da doença ou se os casos aumentaram em função de uma maior capacidade de identificação e monitoramento. O fato é que o moko-da-bananeira pode comprometer toda a plantação e que são necessárias medidas de controle. Quando a doença é diagnosticada, é preciso eliminar a planta infectada e retirar também as bananeiras vizinhas, criando uma clareira sanitária. Também é necessária a higienização das ferramentas. Um facão contaminado pode disseminar a bactéria.
 
A terceira doença que apresenta grandes prejuízos é o mal-do-panamá. Causada por um fungo, a doença afeta de forma implacável a variedade de banana maçã, bastante apreciada pelo mercado. A saída é utilizar variedades resistentes, que dispensam a utilização de fungicidas. Em Rondônia, o mal-do-panamá é a segunda doença mais grave para o cultivo da banana.
 
Os pesquisadores preparam esse ano um comunicado técnico sobre a ocorrência do mal-do-panamá no Estado. O trabalho será publicado pela Embrapa Rondônia. Nos próximos meses, o objetivo é aumentar o número de municípios monitorados. Até 2010, os pesquisadores pretendem cobrir todo o Estado, para a elaboração do diagnóstico completo das doenças na cultura da banana em Rondônia.
 
 
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS