PMDB torna-se o maior partido do país, mas deve permanecer coadjuvante ano que vem - Por Paulo Queiroz

PMDB torna-se o maior partido do país, mas deve permanecer coadjuvante ano que vem - Por Paulo Queiroz

PMDB torna-se o maior partido do país, mas deve permanecer coadjuvante ano que vem - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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1 – FILHO DO TEMPO
 
“O que nos resta saber é se teremos resposta (para) a pergunta inicial - ‘E agora PMDB?’ O que será feito com a procuração que o povo de Rondônia e do Brasil lhes (?)
conferiu, será dado (a) uma resposta satisfatória, ou não? O tempo responderá.”
 
É como o presidente do Diretório Municipal do PMDB em Ji-Paraná, advogado Ricardo de Sá Vieira, conclui o artigo intitulado “E Agora PMDB?”, publicado por alguns sites de notícia do pedaço. No texto, fez um balanço dos robustos resultados obtidos pela agremiação nas eleições do ano passado aqui e alhures, reclamou da identidade da legenda supostamente perdida e sugeriu que a manifestação do eleitorado conclama o partido a criar coragem - ou seria vergonha? -, assumir os riscos que tiverem de ser assumidos e a partir para a apresentação e comando de projetos verdadeiros de poder (Presidência da República e Governo do Estado em 2010).
 
Mas, como se viu, o dirigente terminou o discurso remetendo às calendas a resposta que o artigo prometia ao se anunciar. “O tempo responderá.” Pudera! Do contrário não seria ele, o tempo, o senhor da razão (Tempus dominus rationis est). Ao que alguém mais atilado poderá emendar: Pudera, mesmo! Do contrário não seria ele, o advogado Ricardo Sá Vieira, um chefe do PMDB.
 
É da genética do partido deixar-se ficar nas mãos do tempo, esperar que o tempo passe para ver como é que fica. Começa que a legenda não foi produto de uma vontade política derivada da liberdade, de uma decisão ou escolha. Hegemônicos no poder tomado pela força, os militares de 1964 precisavam de no mínimo dois partidos para fazer funcionar um arremedo de Congresso e conferir um verniz de democracia ao regime, de forma a operar de modo menos vexatório a diplomacia do país. Inventaram Arena (depois PDS, depois PFL e agora DEM) e MDB (atual PMDB), ambos comprometidos até o talo com a nova ordem.
 
Com esse DNA, na única vez que chegou ao comando da nação foi pelas mãos de um antagonista histórico, o ex-arenista de raiz e ex-presidente do PDS (sucedâneo da Arena) José Sarney, filiado de última hora ao PMDB para poder ser o vice de Tancredo Neves.
 
2 – PODER DE FOGO
 
Águas incapazes de mover moinhos à parte, são, no entanto, para lá de pertinentes as preocupações de Sá Vieira. É claro que os resultados eleitorais do ano passado não são determinantes para a definição de 2010. Ainda há quase dois anos pela frente, o país está sendo envolvido por uma crise econômica internacional de que não se consegue entrever a profundidade e muita coisa pode ocorrer. Mas reformulando a pergunta do peemedebista ji-paranaense, qual será o comportamento do PMDB no processo que se anuncia?
 
Complementando os números de Sá Vieira, depois de conquistar quase 1,1 mil prefeituras nos pleitos de 2008, o partido controla agora, pelo menos, 17 das 100 cidades com os maiores orçamentos do país, aí incluídas seis capitais. Tem sete governadores, 21 senadores e 96 deputados federais, além de 170 deputados estaduais e quase 8 mil vereadores. É, sem tirar nem por, o maior partido do Brasil, ainda não tendo sido superado sequer pelo PT, há mais de seis anos na Presidência da República e crescendo sem parar desde a sua fundação.
 
Mesmo com tal poder de fogo, no entanto, o PMDB aparece como mero coadjuvante que, encerradas as eleições, passou a ser cortejado tanto por governistas quanto por oposicionistas. Isso porque, apesar de integrar formalmente a base aliada, o comportamento peemedebista não é uniforme: depende das lideranças políticas locais. Um europeu, canadense ou norte-americano que se detivesse a analisar os procedimentos do PMDB nas eleições de 2008 seria capaz de jurar não se tratar do mesmo partido ou seria levado a imaginar que estava ficando maluco. De fato.
 
Não obstante de mala e cuia aboletado no governo petista, na escolha dos prefeitos em muitas cidades importantes, como Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte, por exemplo, seus candidatos (José Fogaça, João Henrique e Leonardo Quintão, respectivamente) se opuseram aos apoiados pelo PT (Maria do Rosário, Walter Pinheiro e Márcio Lacerda, idem). E os venceram nas capitais gaúcha e baiana.
 
3 – TEMPO DE ESPERA
 
Em São Paulo os peemedebistas apoiaram o candidato do DEM, Gilberto Kassab, deixando o presidente Lula da Silva falando sozinho no palanque da petista Marta Suplicy. No Rio de Janeiro a situação foi diametralmente oposta. No segundo turno, o candidato peemedebista Eduardo Paes terminou ajudado pelos petistas. Em ambos os casos o partido se deu bem. Na Capital paulista Kassab foi, por assim dizer, reeleito (era vice de José Serra, que se tornou governador) e no Rio o neo-peemedebista (era tucano quando espinafrou o filho de Dona Marisa) derrotou Fernando Gabeira, do PV (por sinal, da mesma base aliada – durma-se).
 
O fato é que, por enquanto, os peemedebistas parecem mais interessados em ampliar sua participação no governo do companheiro Lula. Hoje, estão à frente de seis ministérios, cobram dos petistas o cumprimento de um acordo que deverá eleger Michel Temer (PMDB-SP) presidente da Câmara e, não obstante o PT já ter anunciado que vai respeitar o compromisso, ameaça desbancar o candidato de Lula à presidência do Senado – Tião Viana (PT-AC) – reconduzindo o peemedebista Garibaldi Alves (RN).
 
No entanto, entre lideranças do PSDB e do DEM, há quem aposte que o PMDB que saiu vitorioso das urnas em outubro tende mais a apoiar uma eventual candidatura José Serra do que um candidato apoiado por Lula (Dilma Rousseff?) em 2010. Nas capitais, entre os seis prefeitos peemedebistas recém-eleitos, são contabilizados três “serristas” (os de Florianópolis, Porto Alegre e Campo Grande), dois lulistas (Rio de Janeiro e Goiânia) e um “murista” (Salvador).
 
Há também quem espere do partido o mesmo comportamento que o PMDB teve em 2002, quando da primeira eleição de Lula. Na ocasião, os peemedebistas não apoiaram formalmente nenhum dos candidatos que disputaram o segundo turno (José Serra, pelo PSDB). Mas como elegeram 74 deputados e totalizaram 20 senadores, aguardaram o resultado final para negociar com o vencedor.  Com a faca no pescoço, que é para não perder tempo. Nem o costume. Afe!
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