Os possíveis impactos da construção do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira em território boliviano não deverão ser debatidos entre os ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Bolívia, durante o Foro de Cooperação América Latina e Ásia do Leste (Focalal). A informação é da assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty).
Segundo o órgão, o encontro dos chanceleres Celso Amorim com David Choquehuanca deverá abordar apenas temas ligados ao encontro oficial. Ainda segundo o Itamaraty, a construção das hidrelétricas no Rio Madeira é um assunto que será resolvido apenas em nível técnico.
A Agencia Boliviana de Información (ABI) informou ontem (21) que os dois ministros têm reunião marcada para amanhã (23) para tratar do assunto. Segundo a agência, cinco municípios da Bolívia serão afetados pela construção das barragens no Brasil. O Itamaraty não confirmou se haverá um encontro reservado entre Amorim e Choquehuanca.
Em julho, o ministro David Choquehuanca enviou uma carta ao Ministério das Relações Exteriores manifestando preocupação do governo da Bolívia com a concessão da licença e pedindo a realização de estudos de impacto ambiental da obra também no território boliviano.
Em resposta, Celso Amorim enviou uma carta assegurando que os projetos para a construção das Usinas Hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio estarão integralmente em território brasileiro e seu licenciamento é responsabilidade das autoridades ambientais brasileiras.