ARTIGO - Rapazes de classe média lincham doméstica - Por: Almir Farias da Cunha

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Foto: Divulgação

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Caneta e papel. Foi o que impediu que cinco rapazes no Rio de Janeiro ficassem impunes. Um motorista de táxi testemunhou o linchamento e o roubo a uma empregada doméstica. Anotou a placa do carro usado pelos bandidos, todos de classe média alta, o que permitiu que horas depois estivessem presos. A princípio, o taxista não quis se identificar por motivos óbvios. No Brasil, quem tem dinheiro e comete crimes, primeiro tenta comprar o silêncio das testemunhas. Se não der certo partem para ameaças. O motorista apareceu alguns dias depois e identificou os cinco. Contou em detalhes como os valentes e entediados filhinhos-de-papai, agrediram com socos e ponta-pés uma mulher indefesa, que esperava um ônibus no ponto do transporte coletivo. Se a moça deu azar de estar no caminho desse tipo de gente, por outro lado teve a sorte de alguém ter anotado as características e a placa do veículo. Imagine quantos ladrões como “Rodrigo Bassalo”, aterrorizaram gente indefesa por aí e ficaram na impunidade? Imagine quanta dor fora provocada por criminosos da estirpe de “Felipe Macedo Nery Neto”? Quantas vítimas não teriam feito, delinqüentes como “Leonardo de Andrade” e “Júlio Junqueira”, no anonimato de suas covardias? Quantos facínoras traiçoeiros, como “Rubens Arruda”, provocaram ações sórdidas sem que ninguém tenha testemunhado? Esse filme, que a sociedade brasileira acostumou-se a assistir repetidas vezes, com atores diferentes, nem sempre tem repercussão na mídia. Mas, para esses jovens do Rio de janeiro, universitários, de situação financeira favorável, do dia em que foram presos (graças a uma caneta e a um papel), terão seus nomes eternizados como sinônimo de covardia. A empregada doméstica carioca também teve outra sorte (se é que da para chamar assim tal desgraça) não morreu nas mãos dos garotos ricos. O índio Galdino Pataxó teve menos sorte, morreu com o corpo todo queimado em meados da década passada por jovens que buscavam diversão. Na época, os médicos disseram que fizeram de tudo para amenizar sua dor. Atualmente, sabe-se que seus assassinos estão soltos em Brasília, mas de positivo, é que carregarão a infâmia associada aos seus nomes de família. E por falar em família, um dos pais que compareceu a Delegacia de Polícia, no Rio de Janeiro, onde os marginais estão presos, deu uma entrevista coletiva e mostrou-se constrangido, dizendo inclusive, que o filho deve pagar pelo que fez. Outro pai, no entanto, preferiu mostrar que tipo de gente cria em casa. Achou injusto que seu filho permanecesse preso com outros criminosos. Disse ainda, que se tratavam de crianças com residência fixa e que precisavam continuar estudando e trabalhando. Mas, entre eles não há nenhuma criança, todos são maiores de dezoito anos. Na verdade, é que o pai do ladrão teme que sua “criança” seja sumariamente justiçada na carceragem. Pois, uma coisa é bater em alguém indefeso e outra coisa é ser o alvo de agressões. Lá, junto com os outros criminosos, os filhinhos-de-papai não são tão valentes assim. Almir Farias da Cunha - Articulista em Campo Grande *VEJA TAMBÉM: * ARTIGO - O sonho - por Nilton Salina * Política em Três Tempos - por Paulo Queiroz
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