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Notas de alunos de escolas particulares foram melhores do que as dos de ensino público.
*As médias nacionais obtidas pelos participantes no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enem) na edição de 2006 foram mais baixas do que as apresentadas no ano anterior. Em 2006, o desempenho médio foi de 36,90 na parte objetiva da prova e 52,08 na redação, numa escala de 0 a 100. Em 2005, as médias ficaram em 39,41 e 55,96, respectivamente.
*Embora as médias de 2006 tenham sido mais baixas, continuam com os mesmos conceitos do ano anterior. A média nacional está na faixa de insuficiente a regular na parte objetiva e de regular a bom na redação. O desempenho do estudante é avaliado da seguinte forma: insuficiente a regular, que corresponde às notas entre 0 a 40; regular a bom, para as notas entre 40 a 70; e de bom a excelente, entre 70 a 100.
*O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou nesta quarta-feira (7) o balanço geral da nona edição do exame. As médias por município e por escola podem ser conferidas aqui. Ao todo, 2.784.192 pessoas fizeram a prova realizada em 27 de agosto de 2006. Os estudantes já receberam os boletins com o desempenho individual.
*Para a professora Regina Vinhaes doutora em política e gestão da educação da Universidade de Brasília (UnB) a queda das médias não foi significativa estatisticamente. “Só analisando vários anos poderíamos ver se há tendência de queda, ou, se pelo menos, a nota tivesse caído muito, cerca de dez pontos percentuais”, afirmou. Para ela, é preciso analisar vários subgrupos de estudantes que fizeram a prova para investigar porque a média sofreu queda.
*Já o professor da Universidade de São Paulo (USP) Nilson José Machado, pós-graduado em filosofia da educação, avalia que a semelhança do exame com provas de vestibular têm colaborado para a queda da nota. “O Enem nasceu com uma proposta de avaliar as competências e habilidades dos alunos, mas com o tempo foi se aproximando dos moldes de um exame vestibular. Isso faz com que ele fique mais difícil e as médias caiam”, disse. “Pode ver que nos vestibulares os estudantes são aprovados mesmo com notas baixas”, acrescentou.
*Entre os alunos que fizeram a prova em 2006, uma pequena parcela estudou apenas em escolas particulares (12%). As médias alcançadas por esses estudantes são superiores às atingidas pelos que cursaram exclusivamente instituições públicas (82,9% dos participantes): 50,57 contra 34,94 na parte objetiva e 59,77 contra 51,23 na redação. Em todos os estados brasileiros as médias de alunos do ensino particular foram mais altas.
*Para os professores, a diferença na nota da parte objetiva é significativa. “Os alunos da escola privada estão tendo mais oportunidade de aprendizagem dos conteúdos exigidos no Enem dos que os de escolas públicas”, opina Regina, da UnB. Para ela, o fato de a distância na nota da redação ser menor se deve ao fato de a prova ser mais subjetiva.
*O professor Machado acredita que a diferença ocorre devido à proximidade do teste com os vestibulares. “Os alunos das públicas, muitas vezes, não aprenderam o mesmo conteúdo específico das disciplinas. Se o exame realmente avaliasse as competências e habilidades, essa diferença seria bem menor”, afirmou.
*Segundo Machado, a distância na média da redação entre os estudantes de instituições públicas e privadas é menor do que na parte objetiva do exame nacional porque a prova exige menos conhecimentos de disciplinas e mais das habilidades e competências dos alunos.
*No universo dos alunos de escolas particulares, o Estado de São Paulo apresentou o melhor desempenho na parte objetiva (53,97) e a Bahia na redação (61,74).
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