O espetáculo de dança “Arreia”, criado pelas irmãs nordestinas Iara Campos e Íris Campos, com direção do Mestre Paulinho 7 Flexas, se debruça nas ritualidades e processos criativos decoloniais a partir do estudo do corpo brincador do Caboclinho 7 Flexas do Recife, agremiação que as artistas integram há 23 anos.
A montagem chega a Porto Velho de forma gratuita, neste sábado, 18 de outubro, com duas sessões abertas ao público geral e com acessibilidade em Libras. A primeira sessão acontece às 16h e a segunda às 19h, no Espaço Cujuba, localizado na Rua Prudente de Moraes, 2449, Centro, com capacidade para 50 pessoas por sessão.
As irmãs tecem no corpo a história de uma tradição que pulsa resistência, espiritualidade e afeto. “Arreia” é dança-sonho, é corpo que brinca, é ritual em movimento. É também um gesto de retomada e reparação, ancorado nos saberes
decoloniais e na força dos antepassados, para propor futuros possíveis.
O espetáculo mergulha na simbologia da Jurema Sagrada, nas relações com os mestres Zé Alfaiate e Paulinho 7 Flexas, e em tudo que se aprende com o chão, com o tempo e com os encantados. A cena é uma oferenda, um corpo que arreia para acessar memórias, transformar silêncios e afirmar existências.
Após uma temporada de oito apresentações no Centro Cultural FIESP, em São Paulo, o espetáculo segue sua caminhada em direção ao Norte do país, com apresentações em Porto Velho (RO) e Belém (PA).
A circulação acontece com o incentivo do Funcultura – Fundo de Cultura do Estado
de Pernambuco, fortalecendo o compromisso com a difusão de expressões artísticas que nascem da terra, da memória e da resistência.
Mais que espetáculo, “Arreia” é uma travessia, um canto de volta ao que nunca deixou de ser.