Município recebe exposição fotográfica e filme que destaca a mulher
Foto: Divulgação
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O plenário do júri de Vilhena foi transformado em sala de cinema para receber o documentário “Quem Matou Eloá!”, de Lívia Perez. A obra faz uma análise crítica de como a mídia e a sociedade trata a violência contra a mulher. A espetacularização do episódio que resultou na morte da adolescente de 15 anos pelo namorado Lindenberg, serve de reflexão sobre os diversos casos de violência que, cotidianamente, ocorrem, desrespeitando direitos consagrados pela constituição. A plateia perplexa que assistiu ao filme colaborou com o debate trocando impressões e apontando aspectos importantes para a mudança de cultura, da violência para a paz.
A psicóloga Melissa Marques de Oliveira, do Núcleo Psicossocial, uma das mediadoras da discussão, mencionou os inúmeros casos que chegam ao Judiciário, motivados por comportamentos machistas. O assistente social Rafael Nunes Reis, professor universitário, lembrou da dificuldade da mulher que sofre violência em buscar ajuda, muitas vezes da própria rede de atendimento, que, em determinadas situações, a revitimizam com atendimento precário e preconceituoso.
A servidora Rosa Maria Teixeira da Silva, do setor administrativo do Fórum, destacou a importância de atividades como essa, que ajudam a conscientizar a sociedade. “Ao contrário do que diz o ditado, temos que meter a colher sim”, reforçou ao exemplificar que foi testemunha de um caso em que ajudou a condenar o agressor de uma conhecida, mesmo sofrendo ameaças. “Também temos que ter coragem para enfrentar situações como essa que são até justificadas pela religião”, completou.A educadora Fátima Varela demonstrou preocupação com as representações da mulher no ambiente escolar. “Temos que estar muito atentos para não reforçar os modelos patriarcais, que só perpetuam a violência”, disse. Aproveitou para solicitar do Judiciário, mais integração com as escolas em trabalhos educativos como esse projeto.
A servidora Vanessa Cristina Ramos de Azevedo, da 3ª Vara Cível da comarca, considerou a abordagem do filme muito esclarecedora, pois critica a espetacularização da notícia – o caso foi transmito durante dias pelas TVs, porém apontou que a sociedade também tem a sua parcela de culpa ao se interessar de forma tão mórbida por casos como esse. “A mídia nada mais é do que um reflexo da sociedade”, opinou.O documentário “Quem Matou Eloá” foi gentilmente autorizado para exibição no projeto de circulação, pela relevância da proposta do TJRO. Os realizadores se mostraram satisfeitos em poder colaborar com o projeto de combate à violência contra a mulher.A exibição do filme é uma atividade complementar realizada no dia da abertura da exposição fotográfica “Primeiro Plano” nas comarcas contempladas. Por um lado, o filme denuncia uma situação que vitimiza a mulher, por outro a exposição empodera mulheres que superaram dificuldades e lutam cotidianamente pelo reconhecimento de seus direitos.
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