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ALMANAQUE 34 - Um antipático, um clássico, Roberto Carlos, ‘ “Boca do Lixo” e um DVD especial de um clássico moderno
ALMANAQUE 34 - Um antipático, um clássico, Roberto Carlos, ‘ “Boca do Lixo” e um DVD especial de um clássico moderno
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Foto: Divulgação
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*BATE-PAPO - Por Humberto Oliveira
*É impressionante a mania que certas pessoas têm de serem antipáticas, mesmo quando não é necessário usar de tal atributo. Explico. Na terça-feira, véspera do feriado de 15 de novembro, à tarde, entrei na Bemol para dar uma olhadinha e saber se havia chegado algum novo dvd e para minha felicidade, realmente tinha chegado – as edições especiais de X-MEN 3, o conflito final e a embalagem com nada mais nada menos que os cinco longas-metragens do Homem de Aço. Quase saio uivando de alegria pela loja,mas me controlei, pois, não ficaria bem, um sujeito de 42 anos, barrigudo e de cabelos grisalhos fazer os outros clientes passarem uma experiência tenebrosa e ridícula como esta. Adiante.
*Então ansioso para ir ao caixa e depois seguir o rumo de casa, eis que simplesmente o sistema da loja saiu do ar. Ora vejam só a minha sorte! Tudo bem. Paciência. Resolvi esperar e enquanto o “sistema” insistia em não voltar, fiquei por ali olhando mais alguns dvds. Foi então que me deparei com aquele sujeito, magro, cara séria, e que muitas vezes, por acaso encontrei no Cine Veneza ou Cine Rio. Pensei comigo – Não estou fazendo nada. Vou puxar conversa. Perguntei a queima-roupa – “Assistiu ao filme Dália Negra?” – Ele me olhou como se eu tivesse ofendido a sua mãe e respondeu com ar de quem acha que sabe tudo de cinema – “Vi mas não gosto de filmes do Scorsese”. Amigos ainda bem que a minha pressão estava boa, pois do contrário teria caído ali mesmo, durinho da Silva por tamanha asneira dita com tanta confiança e certeza. Olhei para ele e fiz o que qualquer um faria. Dei as costas e sai à francesa.
*Moral da história – o filme Dália Negra foi dirigido, não por Martin Scorsese, mas sim por Brian De Palma. Tenho ou não tenho razão de ficar indignado com tamanha antipatia?
*Mas vamos ao que interessa. Na coluna Almanaque de hoje...
*CLÁSSICO DA SEMANA – MARCADOS PELA SARJETA (SOMEBODY UP THERE LIKES ME)
*Paul Newman é Thomas Rocco Barbella. Ele está sem dinheiro. Um cartaz afixado fora do Ginásio Stillman chama sua atenção – “Os maiores boxeadores do mundo treinam aqui diariamente". Rocco não é um boxeador, mas ele precisa de dinheiro e passa a freqüentar o ginásio e passa a se chamar Rocky Graziano (de onde vocês acham que Silvester Stallone tirou o seu “Rocky Balboa”?). Um dia Rocco faz um campeão beijar a lona e tudo muda. A partir desta façanha, Rocco, agora conhecido como Rocky, vindo da pobreza, segue com raiva rumo ao título de campeão. Mas a vida reserva surpresas e só lembrar de outra história – a do filme Menina de Ouro de Clint Eastwood.
*Robert Wise (A Noviça rebelde, O dia em que a terra parou) dirigiu Marcado pela sarjeta em 1956 e acabaria ganhando dois Oscars. No elenco, um jovem Paul Newman, que ainda lutava por um lugar ao sol no mundo do cinema e ali já demonstrava que faltava pouco para se tornar um astro. .
*SALA DE LEITURA – ROBERTO CARLOS EM DETALHES
*Pela primeira vez, o cantor e compositor Roberto Carlos, considerado por alguns, o maior ídolo da música popular brasileira, tem sua trajetória revelada sem cortes.
*Após uma exaustiva pesquisa que durou sete anos e quase duas centenas de entrevistas exclusivas, o historiador Paulo César de Araújo (autor de Eu não sou cachorro, não - Record, 2002), agora analisa no livro Roberto Carlos em detalhes (Editora Planeta, 2006), os momentos marcantes vividos pelo artista: da infância difícil em Cachoeiro de Itapemirim (Espírito Santo) aos primeiros passos no Rio de Janeiro; do início do sucesso nos anos 60 ídolo da Jovem Guarda e eterno parceiro do “Tremendão” Erasmo Carlos isso sem esquecer de mencionar a “Ternurinha” Wanderléa, à consagração como cantor romântico de projeção internacional, vencedor do Festival de San Remo de 1968,
*Além de explicar o fenômeno Roberto Carlos, o livro também relata como nasceram canções como "Detalhes", "Emoções", "Outra vez", "Quero que vá tudo pro inferno" e vários outros hits que fazem parte da memória afetiva de milhões de brasileiros.
*Recomendado sem restrição para fãs de Roberto Carlos.
*SALA DE LEITURA II – BOCA DO LIXO - CINEMA E CLASSES POPULARES – 2006 – Editora UNICAMP
*O livro aborda o um dos ciclos do Cinema Brasileiro conhecido como Boca do Lixo, (leia-se pornochanchadas) período de produções cinematográficas realizadas nos anos 1970 em São e que apesar das precariedades conseguiu a proeza de ser um cinema popular com excelente resposta do público.
*Com base em pesquisa bibliográfica, levantamento da filmografia, comentários sobre os filmes e, principalmente, em entrevistas, Nuno César Abreu,pesquisador e cineasta, entrega ao leitor um texto saboroso sobre o desenvolvimento do ciclo da Boca do Lixo, buscando compreender o papel que ele desempenhou no interior da indústria cultural que começava a ganhar complexidade nos anos 1970.
*Para os interessados também foi publicado Cinema da Boca, um dicionário sobre os cineastas e atores que trabalharam na Boca do Lixo, que comentaremos na próxima semana.
*PARA COLECIONADORES - À ESPERA DE UM MILAGRE (THE GREEN MILE)- EDIÇÃO ESPECIAL
*O diretor e roteirista Frank Darabont realizou em 1993 um dos melhores filmes da década - Um sonho de liberdade (baseado em história de Stephen King) com Tim Robbins e Morgan Freeman nos papéis principais. O filme recebeu sete indicações ao Oscar, mas inexplicavelmente não ganhou em nenhuma categoria. Um sonho de liberdade entra para a lista dos injustiçados pela Academia, figurando ao lado de produções como Cidadão Kane ou de cineastas como Martin Scorsese.
*Há alguns meses Um sonho de liberdade saiu numa edição especial. Agora chegou a vez de Á espera de um milagre de 1999 (também baseado em história de King). Assim como Um sonho de liberdade, este A espera de um milagre, também se passa numa prisão, mais precisamente na ala do Corredor da Morte. Lá, John Coffey, um gentil e gigante prisioneiro com poderes sobrenaturais, traz um toque de espiritualidade e humanidade aos guardas e colegas de prisão. Tom Hanks lidera um elenco estelar nesta emocionante e tocante história de guardas e prisioneiros, maridos e esposas, um inesquecível camundongo, chamado Mr. Jingles, e um produto à altura desse elenco. Darabont acerta mais uma vez.
*Além de Tom Hanks, o elenco conta ainda com David Morse, Michael Clarke Duncan, James Cromwell, Graham Greene, Sam Rockwell, Barry Pepper. Todos à vontade com seus personagens, alguns com interpretações soberbas.
*Inspirado no modelo seriado de publicações do escritor inglês Charles Dickens (1812-1870), Stephen King escreveu “À Espera de um Milagre” em seis volumes, publicados com o título de “O Corredor da Morte” e reunidos posteriormente em um único livro. King enviou os volumes avulsos para o diretor Frank Darabont, que escreveu a adaptação cinematográfica. O filme foi indicado ao Oscar® de melhor ator coadjuvante (Michael Clarke Duncan), filme, som e roteiro adaptado.
*O dvd duplo traz ótimos extras como “Andando a milha: o making of de À Espera de um Milagre”, “Milagres e mistérios: criando À Espera de um Milagre”: “Stephen King: contador de histórias”, “A arte da adaptação”, “A interpretação”, “O design”, “A mágica”, “O conto de Mr. Jingles”. Exceto os comentários do diretor, os outros extras estão legendados em português.
*Esta edição de “A espera de um milagre” traz nos extras revelações sobre os bastidores da produção que os fãs vão apreciar com certeza. Vale a pena adquirir este dvd duplo que realmente merece ser chamado de edição especial.
*A coluna Almanaque fica por aqui, mas volta na próxima semana com mais novidades e nostalgias para o caro leitor. Até lá e um forte abraço.
*Humberto Oliveira é bacharel em Jornalismo e um verdadeiro exterminador de “chatos”, principalmente daqueles que não sabem nada (eu disse nada) de cinema.
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