Nas últimas semanas, circulou nas redes sociais um boato afirmando que a Coca-Cola conteria metanol, uma substância tóxica capaz de causar cegueira e até a morte. A informação, porém, é falsa e já foi desmentida por especialistas e órgãos de vigilância sanitária.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), nenhum refrigerante fabricado legalmente no Brasil contém metanol. A substância é um tipo de álcool industrial usado como solvente e combustível, e seu uso é proibido em qualquer produto destinado à alimentação humana.
O que gerou a confusão
O boato teria surgido por causa da presença de aspartame, um adoçante artificial usado nas versões “zero” e “diet” da bebida. Quando metabolizado pelo organismo, o aspartame libera pequenas quantidades de metanol, mas em níveis muito inferiores aos encontrados naturalmente em frutas e vegetais.
“É importante esclarecer que o metanol gerado pelo metabolismo do aspartame é mínimo e não representa risco à saúde. Um litro de Coca-Cola Zero produz cerca de 20 miligramas de metanol, enquanto um litro de suco de tomate pode liberar até 70 miligramas”, explica a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) em nota técnica.
A Anvisa reafirma que o aspartame é seguro para consumo humano dentro dos limites diários recomendados. O mesmo posicionamento é adotado pela Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos. Para atingir níveis tóxicos de metanol a partir do aspartame, seria necessário ingerir dezenas de litros de refrigerante por dia, algo impossível na prática.
Além disso, todos os produtos da Coca-Cola comercializados no país passam por fiscalização rigorosa, seguindo as normas do Ministério da Saúde e do Código de Defesa do Consumidor.
Especialistas alertam para o perigo da desinformação envolvendo produtos alimentícios e recomendam que o público verifique as fontes antes de compartilhar informações sobre possíveis riscos à saúde.
Em nota, a Coca-Cola Brasil afirmou que suas bebidas seguem “os mais altos padrões de qualidade e segurança alimentar” e que “não existe nenhum ingrediente tóxico ou proibido em sua formulação”.