Os investimentos do governo federal beneficiarão Rondônia, tendo Porto Velho como futuro polo de integração logístico de ferrovia e hidrovia
Foto: Divulgação/DNIT
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Duas hidrovias da região amazônica, do rio Madeira e do rio Tocantins, estão no pacote de investimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, e foram inclusas nos estudos para concessão privada. Uma das principais rotas de transporte do Corredor Logístico Norte é a hidrovia do Madeira, que começa em Porto Velho (RO) e vai até Itacoatiara (AM). Além disso, é a segunda hidrovia mais relevante da região Norte, ficando apenas atrás da hidrovia do Amazonas, sendo um de seus principais afluentes na margem direita.
Em todo o percurso, a hidrovia do rio Madeira passa por 11 municípios em Rondônia e Amazonas, apresentando extensão navegável de 1.060 km. Uma de suas características é ser o principal canal para o escoamento da produção de grãos, como soja, milho e açúcar originários das plantações de Mato Grosso e Rondônia, após um trajeto de 800 km pela BR-364, esses grãos chegam ao porto de Porto Velho (RO). Na hidrovia, ocorrem também o transporte de passageiros e outros tipos de cargas que não podem seguir pela rodovia BR-319 até Manaus (AM).
Levantamento feito pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) a partir de dados do Mapa Interativo das Infraestruturas de Transporte, indica um conjunto de obras e projetos para os principais rios amazônicos, sendo: os estudos de concessão em duas hidrovias (Madeira e Tocantins); o monitoramento e sinalização em 3 rios (Madeira, Tapajós e Tocantins); e as dragagens ou derrocagens em dois rios (Madeira e Tocantins).
Os rios Madeira e Tocantins estão sendo analisados para concessão tanto no PPI quanto no PAC. No PPA, "melhoramentos" no canal de navegação do Tocantins, Plano de Monitoramento Hidroviário nos rios Madeira, Tapajós e Tocantins; sinalização nos rios Tocantins e Madeira; dragagem do rio Madeira. Todas essas medidas estão igualmente indicadas no PAC, com o "aperfeiçoamento" do rio Tocantins, incluindo a especificação da derrocagem.
Levantamento feito pelo Rondoniaovivo mostra que o governo federal pretende interligar as ferrovias com as hidrovias para ampliar a capacidade de exportações, visando os novos mercados abertos para as exportações de produtos brasileiros. Ao todo, o Brasil abriu 403 novos mercados externos para produtos brasileiros desde 2023, com um total de 62 mercados abertos em 2023, 91 em 2024 e 254 até o início de agosto de 2025, de acordo com informações do governo federal através do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Projeções preliminares da matriz origem-destino disponibilizadas pelo Ministério dos Transportes na consulta pública do Plano Nacional de Logística apontam que, até 2050, a produção agrícola na Amazônia Legal terá um salto significativo. Esses dados pesquisados pelo Rondoniaovivo mostram que a soja deve passar de 50 milhões de toneladas em 2025 para 95 milhões de toneladas em 2050, enquanto o milho deve mais que triplicar, indo de 47 milhões para 133 milhões de toneladas. Na prática, isso significa que, em 2050, 38% da produção oriunda da Amazônia Legal pode ser de milho e 27% de soja, excluindo o minério de ferro, pressionando a expansão de obras de transporte para atender ao escoamento.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!