Cientistas da NASA descobrem um sistema planetário torto

Cientistas da NASA descobrem um sistema planetário torto

Cientistas da NASA descobrem um sistema planetário torto

Foto: Divulgação

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Poderia ser um filme meia-boca da Sessão da Tarde, mas na verdade é uma importante descoberta feita com o defunto satélite Kepler e recém-anunciada por cientistas da Nasa. Eles encontraram um sistema planetário que está completamente desalinhado com relação à rotação de sua estrela.

Não ficou impressionado? Pois saiba que é um troço bem esquisito. Isso porque estrelas e seus planetas se formam a partir de discos achatados de gás e poeira. Quando o processo de formação está terminado, os planetas recém-nascidos giram em órbitas mais ou menos alinhadas, dispostas ao longo do equador da estrela. É assim que aconteceu com o Sol e sua família de planetas, e os cientistas supunham que esse fosse o padrão natural para todos os sistemas multiplanetários.

Aí vem o sistema Kepler-56 para estragar tudo. Foram identificados dois planetas, e uma análise mostrou que suas órbitas estão bizarramente inclinadas em 45 graus com relação ao equador da estrela.

Desalinhamentos desse tipo não são incomuns em planetas gigantes gasosos cujas órbitas ficam bem próximas de suas estrelas — os chamados Hot Jupiters. Nesses casos em particular, o desarranjo não chega a chocar, porque esses mundos já foram submetidos a um processo de mudança orbital agressivo (eles só podem se formar mais longe da estrela, o que faz com que os astrônomos suponham que eles nascem distantes e só depois migram para dentro do sistema, arrebentando com tudo que há pelo caminho). A causa dessa migração ainda não está clara, e discute-se se ela se deve à interação com o disco de acreção (que dá origem aos planetas) ou se pode envolver puxões gravitacionais intensos provocados por outros planetas que por ventura tenham existido por lá.

Mas ninguém esperava encontrar esse grau de desalinhamento num sistema com dois ou mais planetas, como o descoberto pelo Kepler. Os astrônomos liderados por Daniel Huber, da Nasa, fizeram alguns cálculos e constataram que o entortamento das órbitas poderia ser causado pela presença de um terceiro planeta, mais distante da estrela que os dois descobertos, exercendo uma influência gravitacional sobre os mundos mais internos.

Dito e feito: ao usar o Hires, espectrógrafo do Observatório Keck, eles encontraram evidências de um terceiro planeta no bamboleio sutil que ele induz em sua estrela-mãe.

O fato de que eles conseguiram prever a existência de um planeta adicional com base nas características do sistema mostra que estamos ficando bons nesse negócio de estudar mundos fora do Sistema Solar.

O trabalho, publicado na última edição do periódico “Science”, pode ajudar a esclarecer como afinal surgem os Hot Jupiters desalinhados. Mais que isso, ele agrega uma nova camada de variedade às possíveis arquiteturas dos sistemas planetários lá fora.

Kepler-56 é uma gigante vermelha (uma estrela idosa, similar ao futuro do Sol em 7 bilhões de anos, quando o hidrogênio em seu núcleo se esgotar) localizada a 3.000 anos-luz da Terra. Os dois planetas confirmados são gigantes gasosos (um deles tem porte intermediário entre Saturno e Urano, o outro é quase do tamanho de Júpiter) e completam uma volta em torno da estrela em 10,5 e 21,4 dias terrestres, respectivamente. O terceiro planeta ainda não tem massa ou período confirmados.

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