Polícia Federal brasileira mata indígena

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Foto: Divulgação

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Ontem, a Polícia Federal no sul do Brasil matou um indígena Terena e feriu vários outros enquanto cumpria uma violenta reintegração de posse. Membros da etnia haviam retornado a uma parte de seu território ancestral, atualmente ocupado por um fazendeiro que também é político local.
Em outra parte do país, um mandado pela reintegração de posse foi expedido contra indígenas Kayapó, Arara, Munduruku, Xipaya e Juruna que ocupam o canteiro de obras da controversa usina hidrelétrica de Belo Monte. Policiais armados cercaram os manifestantes e há uma escalada na tensão, dentre temores de que semelhante violência ocorrerá lá.
Indígenas Munduruku também protestam contra a construção de uma série de hidrelétricas no Rio Tapajós e Teles Pires. Em novembro de 2012, um homem Munduruku foi baleado e morto quando a polícia invadiu uma comunidade.
Paygomuyatpu Munduruku disse, ‘O governo está preparando uma tragédia. Nós não vamos sair daqui. O governo tem nos ignorado, ofendido, humilhado, assassinado… Ele já matou uma vez e vai matar de novo. Eles mataram porque nós somos contra as barragens.’
A Constituição brasileira e a lei internacional resguardam o direito dos povos indígenas de serem consultados sobre projetos em suas terras. No entanto, diversos projetos de lei e propostas de emendas constitucionais apresentados por um poderoso lobby ruralista e minerador ameaçam debilitar seus direitos territoriais. Os indígenas estão indignados com o fato de que, a despeito de ocupar o cargo por dois anos e meio, a Presidenta Dilma Rousseff ainda não se reuniu com nenhum indígena.
A Survival International faz um apelo à Presidenta Dilma Rousseff para suspender a reintegração de posse contra manifestantes indígenas e consultá-los, além de reconhecer imediatamente os territórios do povo Terena. 
Hoje, o diretor da Survival, Stephen Corry, declarou: ‘A história está se repetindo. O Relatório Figueiredo que detalha as atrocidades genocidas de uma geração passada foi redescoberto no exato momento em que novos ataques contra os indígenas estão sendo perpetrados. Matanças de indígenas não devem ser toleradas em parte alguma, quanto mais em um país que pretende hospedar eventos esportivos mundiais.’
 
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