INTERNACIONAL - Reunião com extrativistas libera porto em Extrema, brasileiros relatam humilhações sofridas em território boliviano - VIDEO EXCLUSIVO

Há cerca de dois anos, o Incra cadastrou todos os brasileiros envolvidos na questão do “rio Mamu”. Até hoje aguardam a promessa de reassentamento em solo brasileiro. Conhecendo-se a burocracia brasileira, ainda vai demorar muito tempo para se resolver est

INTERNACIONAL - Reunião com extrativistas libera porto em Extrema, brasileiros relatam humilhações sofridas em território boliviano - VIDEO EXCLUSIVO

Foto: Divulgação

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Porto de Extrema no Rio Abunã, fronteira Brasil/Bolivia. Uma reunião na tarde desta quinta-feira (15) com cerca de 60 extrativistas brasileiros que residem em território boliviano resultou na reabertura do porto para ingresso de bolivianos em território brasiliero. O professor Marquelino Santana, idealizador do projeto Eco-cidadania intermediou a negociação.
O protesto começou na última segunda-feira (12), quando um tenente da Força Naval Boliviana veio reclamar a apreensão de um motor pelo grupo. Segundo os próprios extrativistas, foi uma retaliação contra o tratamento dado contra os brasileiros que residem na região do Rio Mamu, cerca de três horas de rio acima.
Há cinco anos esses  brasileiros que vivem apenas do extrativismo passam por situações de abusos, humilhações e desumanidade por parte de bolivianos, que após varias décadas de convivo pacífico com os brasileiros decidiram reivindicar as áreas bolivianas a força, com uso de armas.
Relatos da comunidade brasileira afirmam que novamente, igual em 2007 ( leia aqui) grupos de quarenta bolivianos chegam até as residências armados e expulsam famílias inteiras sob ameaças de morte. “Eles chegaram em minha residência e mandaram eu, minha esposa e meus filhos sairmos pois disseram que o brasileiros não tinham nada na Bolívia. Tive de passar uma noite inteira com minha família dentro de um galinheiro enquanto os bolivianos comiam toda a minha comida e levavam minha produção de castanha”, disse Luiz Lino, um senhor de 58 anos de idade que devido aos problemas oriundos da diabetes não tem uma das pernas, ele tem sua área rural no território boliviano há mais de 30 anos.
Outros moradores também afirmam que dentro do espaço boliviano o tratamento dispensado à eles é o que eles compararam ao trato dado a um “cachorro”. “Tudo que produzimos eles no obrigam a dar uma parte para eles, estamos sendo roubados pelos bolivianos, não agüentamos mais essa situação, somos uma comunidade pacifica mas as coisas já estão ficando fora de controle” disse Aldair, extrativista brasileiro que se criou na região, hoje reivindicada pelos bolivianos.
Porto fechado
Cansados das constantes humilhações a comunidade brasileira, já refugiada na margem brasileira e com medo dos ataques
bolivianos, resolveram em forma de protesto fechar o porto localizado na margem brasileira. “Enquanto não resolverem nossa situação vamos fazer com os bolivianos o que eles fazem com a gente, tudo que eles passarem pelo porto será confiscado”, disse a mãe de Aldair, que ainda relatou a situação de penúria vivida pela comunidade brasileira após a grilagem de  suas terras por autoridades bolivianas. “Estamos sem comida, pois tudo que é nosso está no lado boliviano, não temos dinheiro, terra e nenhum meio de sobrevivermos, queremos saber do governo brasileiro o que será feito para defender seu povo, pois irmãos de pátria estão sendo massacrados pelos bolivianos”, disse a mãe de Aldair.
Mas, após uma reunião entre a comunidade brasileira expulsa da Bolívia eles decidiram desobstruir o porto até o próximo dia 23 de dezembro, caso suas reivindicações não sejam atendidas, os brasileiros fecharão o porto de Extrema novamente e garantem que os protestos serão mais incisivos. “Cansamos de tanta humilhação, esperamos que alguém olhe por nós, queremos que o governo brasileiro venha aqui para interceder pelo seu povo”, disse Aldair.
O que os brasileiros reivindicam
Os brasileiros expulsos pelos bolivianos são nativos que viveram toda a sua vida trabalhando em seringais e realizando seus coletas na floresta ( castanha e seringa) da Bolívia. Eles afirmaram que o melhor seria uma indenização do governo brasileiro para que eles pudessem levar suas vidas normalmente em território brasileiro. “Nascemos e nos criamos aqui, não aceitamos sermos realocados para outro ponto distante de onde passamos toda nossa vida, queremos uma indenização por todas as benfeitorias e melhorias que fizemos durante todas as décadas em que moramos e trabalhamos na área da Bolívia que hoje fomos expulsos. Se formos indenizados poderemos viver nossas vidas”
Há cerca de dois anos, o Incra cadastrou todos os brasileiros envolvidos na questão do “rio Mamu”. Até hoje aguardam a promessa de reassentamento em solo brasileiro. Conhecendo-se a burocracia brasileira, ainda vai demorar muito tempo para se resolver esta situação que pode terminar em conflito. Tudo é uma questão de tempo.
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