QUEM DÁ MAIS - Em Roraima voto é vendido na periferia em mercado aberto

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Foto: Divulgação

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Uma espécie de mercado aberto do voto se estabelece nos bairros da periferia de Boa Vista às vésperas de cada eleição.
 
Com cadeiras posicionadas em frente a suas casas, reunidos nas esquinas ou em bares, moradores avançam pela madrugada a oferecer, muitas vezes de forma ostensiva, seus votos a quem fizer a melhor oferta.
 

 

No final da noite de ontem e madrugada de hoje (31), a Folha viu esse cenário em três dentre os mais populosos bairros da periferia da capital (Conjunto Cidadão, Senador Hélio Campos e Doutor Sílvio Leite).
 
"Dinheiro, dinheiro", gritou um morador, em meio a um grupo que acenava, sinalizando estar aberto a uma negociação.
 
Em uma esquina, uma adolescente oferece o voto e diz que aceita "qualquer coisa" em troca.
Ao seu lado, outro jovem assegura que também tem idade para votar e pede R$ 50. "Posso ir em casa e buscar o título [de eleitor]."
 
Por ruas mal iluminadas, a maioria sem pavimentação, o tráfego de veículos --camionetes de luxo, em muitos casos-- era intenso e sem rumo aparente.
 
"Os eleitores ficam esperando para vender o voto. Este é um colégio eleitoral pequeno [o menor do país, com 271 mil eleitores], onde a parte financeira faz realmente a diferença", diz o delegado-executivo da Polícia Federal, Alexandre Ramagem.
 
O procurador regional eleitoral Ângelo Goulart Villela diz que a presença dos moradores nas ruas até a madrugada, e as ofertas de votos, são uma "tradição local" às vésperas das eleições.
 
"Durante a campanha, o eleitor é aliciado por meio do assistencialismo. Na véspera, o dinheiro é despejado na periferia como uma prestação final", diz.
 
Segundo ele, o cenário é o resultado de um histórico de abusos de poder político e econômico no Estado. "De certa forma, a vontade do eleitor está viciada. Tentamos combater essa prática por meio da fiscalização, mas não podemos impor um toque de recolher", diz.
 
Na madrugada deste domingo, não houve nenhum flagrante de compra de votos, relata o delegado. "O flagrante de compra e venda de votos é algo complexo. O fato concreto é que, nas eleições deste ano, o movimento foi muito menor."
 
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