Representantes do Governo brasileiro estão na China para conhecer o sistema ferroviário daquele país.
Foto: Divulgação
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A ferrovia “Vicente Vuolo” mal chegou a ponta Sul de Mato Grosso e já há mais um sonho político latente sobre trilhos no Estado. Agora, do deputado federal Welington Fagundes (PR). Ele é integrante da comitiva de parlamentares e representantes do Governo brasileiro que estão na China para conhecer o sistema ferroviário daquele país. De lá, o parlamentar lidera as conversações sobre o projeto de construção da Ferrovia Transcontinental, ligando o Rio de Janeiro ao Peru, passando por Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
A Ferrovia Transcontinental, se saísse do papel, teria 4 mil e 400 quilômetros. No Brasil, ela passaria por Muriaé, Ipatinga e Paracatu (MG); Brasília (DF); Uruaçú (GO); Cocalinho, Ribeirão Cascalheira e chegando ao Nortão, com ramal em Lucas do Rio Verde em Mato Grosso. De lá seguirá a Vilhena e Porto Velho (RO); Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Boqueirão da Esperança (AC). No país vizinho, o processo de concessão está em fase adiantada e, ligará a divisa com o Brasil até o Oceano Pacífico.
O projeto do Governo Federal é considerado ousado, já que o transporte brasileiro passaria a viver uma nova fase, uma vez que hoje ele é feito praticamente por caminhões em rodovias mantidas pelo Governo e que na sua grande maioria está em péssimo estado de conservação. No ano passado, o presidente do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, chegou a prever que no quarto trimestre de 2009 seria feita a licitação da Transcontinental, ou início dos trabalhos através de PPPs (Parceria Público Privadas), com prazo de conclusão da ferrovia em seis anos.
Segundo o deputado Wellington Fagundes, a China também tem demonstrado interesse em participar da obra da Ferrovia Transcontinental, embora, prioritariamente, as discussões estejam concentradas na disposição chinesa em participar da construção do Trem de Alta Velocidade (TAV) que irá ligar Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Os chineses, no entanto, segundo Fagundes, não concordam com o modelo de leilão em discussão pelo Brasil. A informação é do deputado Wellington Fagundes.
De acordo com o deputado, a China e outros países não concordam com o sistema de licitação proposto, no qual o Brasil estabelece um preço definido do quilômetro construído e o tempo de exploração do serviço.
"O tema ainda será muito discutido com o governo brasileiro, e a tecnologia será definida na licitação. O que o governo pretende é colocar o trecho do trem-bala do Rio a São Paulo como compromisso de que quem ganhar vai construir e depois explorar por um período de 40 anos", explica Fagundes. "Vão contar os critérios impostos pela regra da concessão brasileira, e quem tiver a tecnologia e o melhor preço ganhará o projeto.
Segundo Fagundes, o importante é o investimento que a China está fazendo em desenvolvimento de tecnologia. Esse seria o grande ganho que o Brasil poderia ter com o intercâmbio com a China. "No Brasil hoje, infelizmente, temos escassez de engenheiros na área de desenvolvimento tecnológico", diz. "Em cada empresa estatal onde chegamos, há cerca de três mil engenheiros, além dos equipamentos disponíveis, visto que aqui [na China] as distâncias também são muitas grandes. Isso facilitaria a construção de um volume de ferrovia em um curto espaço de tempo, já que eles estão construindo de uma forma muito acelerada", avalia.
Os parlamentares e representantes do governo brasileiro chegaram à China na quarta-feira (13) e permanecem no país até a próxima quinta (21). Estão previstas visitas a fábricas e ferrovias chinesas e também ao Congresso Nacional Popular. Além de Wellington Fagundes e representantes do Executivo, participam da comitiva os deputados Jaime Martins (PR-MG), Mauro Lopes (PMDB-MG), Leonardo Quintão (PMDB-MG), Vanderlei Macris (PSDB-SP) e Mariinha Raupp (PMDB-RO) e o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
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