Voto obrigatório é mais interessante para o País, afirma presidente do TSE

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Foto: Divulgação

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Durante entrevista coletiva concedida na tarde da última segunda-feira (27), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, diz ser favorável ao voto obrigatório no Brasil.

Ele disse que inicialmente pensava que fosse melhor para o Brasil o voto facultativo, mas, depois de refletir sobre a cultura brasileira, concluiu que o sistema do voto obrigatório é melhor para o País. "Consciente ou inconscientemente quando se sabe que o voto é obrigatório, há uma predisposição para participar do processo eleitoral", afirmou.

Na opinião do ministro, quando o eleitor sabe que vai ter que votar, ele vai se posicionar e acompanhar o processo eleitoral. Além disso, vai conhecer a biografia, a personalidade dos candidatos, analisar suas propostas, saber se eles tem idéias, se eles são rasos intelectualmente ou politicamente, se tem maior profundidade. Com isso, há uma tendência favorável a participação do eleitorado na vida pública a partir da compreensão de que o voto é obrigatório.

No caso do voto facultativo, o eleitor vota se quiser e pode deixar para decidir no dia. "Ora, se vai decidir no dia, nos dias anteriores não vai acompanhar o processo político", observou. "Então, eu me convenço agora de que o voto obrigatório tem mais vantagens do que o voto facultativo na perspectiva do que é a eleição um processo de educação política". Para o ministro, não há outro momento para produzir os quadros dirigentes do país se não a eleição popular. E se o eleitor não participar, os eleitos passarão a governar em nome da população por inteiro.

Abstenções

Em relação ao índice de abstenção desse segundo turno, de 18%, o ministro disse que, historicamente, esse índice tem se mantido. No entanto, observou que, ainda assim é preocupante por ser um índice alto.

Aumento de recursos

Questionado sobre o aumento de recursos que passou de três mil na última eleição para mais de seis mil neste ano, o ministro observou que "a judicialização dos conflitos é um fenômeno nacional verificado depois da Constituição de 1988". Isso porque esta é uma Constituição que tornou o estado de direito num estado de direitos. As pessoas passaram a ter uma lista maior de direitos em seu favor, então é natural que procurem o Judiciário.

Significa também, na opinião do ministro, que há uma confiança maior no Judiciário e uma responsabilidade maior para responder essa demanda. "Então é um fenômeno mais amplo e que extrapola as fronteiras do meramente eleitoral", finalizou.
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