Problemas de comunicação entre os sexos opostos são tão antigos quanto a humanidade. Cada um tem as suas inquietações e seu modo de pensar.
É como se fossem de dois planetas e tivessem que habitar um terceiro, falando idiomas diferentes e, ainda assim, tendo que se entenderem.
Foi sob esta ótica que o escritor John Gray, autor do livro “Mulheres são de Vênus, homens são de Marte”, vendeu milhões de exemplares ao redor do mundo. O livro oferece uma visão bilateral sobre estes universos.
Não importa se é na China ou no Brasil, nas relações humanas sempre haverá um problema.
Talvez, Adão, sozinho no Paraíso, tenha se sentido incomodado com a chegada de Eva quebrando o seu silêncio e sua paz. Como todos sabem, mulher, na essência, é prolixa.
O cinema, inúmeras vezes, já mostrou e continuará mostrando que esta “briga” está longe de terminar.
Lá no ano de 1999 foi lançada a comédia "De que planeta você veio?". O filme mostra a aventura de um extraterrestre na terra em busca de uma mulher, a qual precisa engravidar para evitar a extinção de seu planeta.
O relacionamento entre os dois é pontuado por situações típicas entre homens e mulheres.
Com muito bom humor - a cena do controle remoto é hilária- os personagens vivem situações do cotidiano, onde fica clara a dificuldade de comunicação entre homens e mulheres.
Sabemos que existem comportamentos masculinos que as mulheres não entendem.
Convenhamos que a recíproca é verdadeira.
Não entender que “idioma” o outro fala, pode causar muitas desavenças.
Para auxilia-las um pouco com esta questão, a coluna conversou com quatro homens e foi solicitado a eles que citassem cinco comportamentos femininos que podem prejudicar ou mesmo detonar uma relação a dois.
Guilherme, José Ricardo e Luciano Medeiros são de Porto Velho – Rondônia.
Ivo Fardo é de Santa Catarina
Eles não se conhecem, mas vocês irão perceber que todos têm, basicamente, as mesmas reclamações.
Dentre os cinco comportamentos, observem atentamente qual foi “o campeão de audiência”.
O QUE ELES DISSERAM.
Guilherme, 36 anos, funcionário público, disse que falta de objetivos é prejudicial para o relacionamento. Segundo ele, “Quem não cultiva seus próprios sonhos vai acabar vivendo o de outra pessoa”. Guilherme também se incomoda muito com mulheres fúteis, “alguém que só fala sobre assuntos sem importância, como novelas, gente famosa e coisas chiques, enche a paciência”.
Mulheres fofoqueiras e que não respeitam o tempo do parceiro com os amigos, não são bem aceitas por Guilherme. Mas a invasão de privacidade pode ser bem pior. “Ninguém tem o direito de monitorar o parceiro. Verificar mensagens, telefonemas e e-mails, é invasão de privacidade. Aliás, fuçar esses aparelhos alimenta mais a paranoia de alguém ciumento. Um relacionamento saudável envolve confiança. E sem esse papinho de que quem não deve, não teme!”
O Segurança predial, Luciano Zydani Medeiros, 37 anos, solteiro, se sente incomodado com mulheres que “se vitimizam o tempo todo, que reclamam de tudo, choram por qualquer coisa, vivem de mau humor, numa TPM que não acaba nunca. Nada as deixam satisfeitas”.
Incomodam a ele, mulheres que tem ciúmes dos amigos dele e aquelas que “monitoram a vida do parceiro 24 horas por dia, e nem percebem o quanto isso é inconveniente, ligam o tempo todo no celular fazendo as mesmas perguntas, Deixe que ele saia com os amigos, não fique grilada no que ele está fazendo e com quem ele está”.
O excesso de crítica também incomoda Luciano e “o que antes não era um problema,depois passa a ser, o que pode gerar discordâncias ou conflitos de interesses!”.
Luciano cita também a vergonha do próprio corpo que algumas mulheres sentem e que,segundo ele, faz com que ”só se mostrem para o parceiro na hora do sexo. Com isso, elas abrem mão de explorar o potencial do próprio prazer, deixando tudo por conta do parceiro. Gosto de ver minha parceira nua, antes e depois da relação.”
Assim como Guilherme, Luciano também tem pavor da invasão de privacidade. E diz que “não existe coisa pior que alguém mexendo nas suas coisas. Mesmo sendo namorados, isso é invasão de privacidade. Não é porque vocês estão juntos que tem o direito de mexer no celular, PC ou em arquivos pessoais que ele esqueceu aberto. Se não há confiança, não há relação”.
O advogado José Ricardo, 36 anos, casado, disse que “a falta de controle da carência afetiva é algo que me deixa profundamente irritado”
Ele cita ainda “a necessidade constante da mulher de participar de todos os aspectos da vida do parceiro, imaginar coisas e acusar sem conversar antes, falar sem pensar nas consequências e a deslealdade, como por exemplo, mulheres vingativas, são difíceis de suportar”.
O empresário Ivo Fardo, 48 anos, se incomoda com mulheres que falam muito por acreditar que “elas não pensam antes de falar”. A invasão de privacidade também é citada por Ivo. Ele diz que “mulheres que ficam bisbilhotando a vida do parceiro para fazer confusão, me fazem perder o interesse”.
O empresário cita ainda como prejudiciais ao relacionamento, “Mulheres ciumentas, birrentas, que ficam imaginando coisas e desta imaginação formam uma realidade e começam a brigar por isso e também, aquelas interesseiras, de fala mansa, boazinha até conseguir uma barriga para garantir uma aposentadoria e acabar com o relacionamento”
O universo masculino é, comprovadamente, muito diferente do feminino. Por isso, os psicólogos aconselham que quando eles resolvem falar, é importante que as mulheres ouçam o que eles têm a dizer. Desenvolver as habilidade de escuta-los e observa-los mais, podem não resolver o problema, mas certamente irão ajuda-las compreende-los um pouco mais e, possivelmente, terem boas surpresas. Não é um exercício fácil. Mas quanto mais cedo for iniciado, melhor será para a relação.
Herry Kissinger disse que “ninguém vencerá esta guerra dos sexos: Há muita confraternização entre os inimigos“.
Fortunadamente, apesar de viverem em mundos distintos, há sempre aquele momento, como em um conto de Mark Twain, em que a ternura se instala e, estes seres, mesmo com tantas diferenças entre eles acabam descobrindo, assim como Adão, que o “Éden é onde o outro está”.